Ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva discursa durante a abertura do
XIX Encontro do Foro de São Paulo, realizado no dia 2 de agosto de 2013.
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sábado, 1 de março de 2014
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Brasil é referência em combate à pobreza e desigualdade no mundo
Em 2005 Lula disse que:
e agora os resultados:
de Reporter Brasil
8 de Fevereiro de 2013
Levantamento feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresenta índices de desenvolvimento social e aponta que de 2001 a 2011 o PIB per capita real no Brasil aumentou 29%.
O Brasil está a tornar-se numa referência mundial no combate à fome e à pobreza, afirmou hoje o presidente brasileiro Lula da Silva numa entrevista ao jornal "Folha de São Paulo".
Segundo o chefe de Estado, o país caminha para o cumprimento da maioria das metas do milênio das Nações Unidas, nomeadamente as de reduzir para metade até 2015 a pobreza e a fome, garantir a todas as crianças o ensino fundamental e eliminar as desigualdades entre os sexos no acesso a todos os níveis de ensino.e agora os resultados:
de Reporter Brasil
8 de Fevereiro de 2013
Levantamento feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresenta índices de desenvolvimento social e aponta que de 2001 a 2011 o PIB per capita real no Brasil aumentou 29%.
Resultados do estudo “Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro” comprovam que o Brasil se tornou referência mundial no combate à pobreza e à desigualdade.
O levantamento, que demonstra a relação entre as políticas públicas brasileiras e a aceleração do desenvolvimento humano no país de 2001 a 2011, foi realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com os Ministérios do Planejamento, Desenvolvimento Social, Educação, Saúde, e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de destacar a agenda de universalização de direitos sociais e a inclusão de segmentos populacionais historicamente excluídos, o estudo avalia que foram importantes as decisões de política econômica no sentido de fortalecer o mercado interno. Essas ações foram executadas de forma articuladas entre as três esferas de governo e com participação social. “A realidade não é mais a mesma. O nosso desafio agora é dar o passo seguinte, as políticas complementares, com o mesmo objetivo, mas que exigem novas ações”, diz a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
De acordo com a publicação, o crescimento econômico da última década beneficiou de forma mais significativa a população de renda mais baixa e contribuiu para reverter a histórica desigualdade regional no país.
Entre 2001 e 2011, a renda dos 20% mais pobres aumentou em ritmo sete vezes maior do que a dos mais ricos (5,1% ao ano em média acima da inflação ante 0,7%). A renda média domiciliar per capita mensal dos 20% mais pobres passou de R$ 102 em 2001 para R$ 167 em 2011.
A elevação da renda familiar, em especial nas regiões mais pobres, levou à redução da extrema pobreza no Brasil. Entre 2001 e 2011, a população com renda domiciliar per capita até US$ 1,25 por dia recuou de 14% para 4,2%, percentual bem abaixo da meta estipulada pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (12,8%). Além disso, a renda da população mais pobre foi se aproximando, em termos relativos, da linha internacional de pobreza ao longo do período: a distância entre a renda dos mais pobres e a linha reduziu-se de 6% para 2,3%.
Na análise das Nações Unidas, esses resultados na promoção da inclusão social se deram na medida em que os recursos orçamentários foram dirigidos de forma crescente em políticas sociais. Essa movimentação foi realizada tanto no fortalecimento da educação, saúde, trabalho, assistência e seguridade social, como nos programas de transferência de renda, de fomento ao agricultor familiar, e de garantia à segurança alimentar. “O país apresentado por Josué de Castro em Geografia da Fome (mostrando que esse era um fenômeno cultural, impossível de ser revertido) hoje é o país da fome zero”, afirma o representante do PNUD no Brasil, Jorge Chediek.
Outro fator distintivo do período recente é o resgate da atuação do estado brasileiro como investidor e como indutor do investimento privado, o que tem permitido a eliminação de gargalos ao desenvolvimento econômico e social. Nesse processo, segundo o estudo, o mercado interno, com consumo e investimento doméstico, tornou-se o principal motor do crescimento econômico, contribuindo para reforçar, ainda mais, a expansão da renda. Para Jorge Chediek, “os dados são realmente muito expressivos, mostram um país que tem melhorado muito. O modelo de desenvolvimento brasileiro é muito reconhecido em nível internacional”, afirmou o representante do PNUD.
Na avaliação da ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, essa mudança não resulta somente de uma estabilidade econômica, mas de um esforço gigantesco feito pelo Brasil, em uma aposta na área social. “Esses dez anos de indicadores nos dá confiança de que esse é o caminho certo, e é nesse caminho que nós vamos avançar”, declarou a ministra.
Com informações do “Em Questão” e TV Brasil
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Aparelhamento do Estado
Com dados concretos, sem preconceito. Argelina Figueiredo destrói mitologia conservadora sobre aparelhamento do Estado.
arquivo em pdf
http://www.insightinteligencia.com.br/58/PDFs/pdf2.pdf
entre outras coisas eu destaco:
"O governo Fernando Henrique promoveu uma
enorme restrição de pessoal. Evidentemente, é preciso
levar em conta que FH governou com muito mais
restrições orçamentárias do que o governo Lula. Por
condições em cujo mérito não entraremos, Lula dispôs
de mais orçamento e pôde fazer mais. De qualquer forma,
o governante escolhe em que gastar o dinheiro. A
meu ver, portanto, o que se deu com o funcionalismo
público foi mais por escolha do que por maior ou menor
restrição orçamentária.
Além disso, no governo FH houve um processo de terceirização,
que acabou camuflando
os gastos de pessoal. Pode ter chegado a 20 mil o
número de profissionais contratados via PNUD, todos
destinados a exercer a função de funcionário público
durante o governo FH. Por depoimento de funcionários
do governo, é possível saber que muitos pediram licença
sem vencimento ou se demitiram do serviço público
para serem contratados via PNUD, muitas vezes por
salário maior. Ou seja, são 20 mil pessoas que vieram
de fora do funcionalismo.
Para falar em números globais, o presidente Fernando
Henrique deixou o governo com 18 mil funcionários
com os chamados cargos DAS, que podem ser
ocupados por servidores efetivos ou de fora dos quadros
do governo. A presidente Dilma Rousseff tem hoje
no governo cerca de 21 mil DAS. Ou seja, Lula e Dilma
contrataram 3 mil pessoas a mais do que Fernando
Henrique.
Desse montante, cerca de 75% do governo
FH eram compostos de funcionários efetivos. No governo
Lula, 71%. A diferença não é muito grande. No caso
de FH, porém, houve grande número de contratações
que serviam de consultoria, pessoas que estiveram na
função quase o mandato inteiro como funcionários públicos,
mas terceirizados – vide o citado caso do PNUD.
É difícil precisar o que significou em termos orçamentários,
mas é algo bastante relevante. Essa tendência
acabou não exatamente por iniciativa do governo Lula,
mas por exigência do Tribunal de Contas da União, em
decisão de 2003. Com isso, Lula precisou formalizar as
contratações. Era uma exigência para acabar com esse
tipo de relação, o que tornou ainda mais necessária a
contratação para o serviço público. Afinal, seriam 20
mil pessoas saindo do governo..."
arquivo em pdf
http://www.insightinteligencia.com.br/58/PDFs/pdf2.pdf
entre outras coisas eu destaco:
"O governo Fernando Henrique promoveu uma
enorme restrição de pessoal. Evidentemente, é preciso
levar em conta que FH governou com muito mais
restrições orçamentárias do que o governo Lula. Por
condições em cujo mérito não entraremos, Lula dispôs
de mais orçamento e pôde fazer mais. De qualquer forma,
o governante escolhe em que gastar o dinheiro. A
meu ver, portanto, o que se deu com o funcionalismo
público foi mais por escolha do que por maior ou menor
restrição orçamentária.
Além disso, no governo FH houve um processo de terceirização,
que acabou camuflando
os gastos de pessoal. Pode ter chegado a 20 mil o
número de profissionais contratados via PNUD, todos
destinados a exercer a função de funcionário público
durante o governo FH. Por depoimento de funcionários
do governo, é possível saber que muitos pediram licença
sem vencimento ou se demitiram do serviço público
para serem contratados via PNUD, muitas vezes por
salário maior. Ou seja, são 20 mil pessoas que vieram
de fora do funcionalismo.
Para falar em números globais, o presidente Fernando
Henrique deixou o governo com 18 mil funcionários
com os chamados cargos DAS, que podem ser
ocupados por servidores efetivos ou de fora dos quadros
do governo. A presidente Dilma Rousseff tem hoje
no governo cerca de 21 mil DAS. Ou seja, Lula e Dilma
contrataram 3 mil pessoas a mais do que Fernando
Henrique.
Desse montante, cerca de 75% do governo
FH eram compostos de funcionários efetivos. No governo
Lula, 71%. A diferença não é muito grande. No caso
de FH, porém, houve grande número de contratações
que serviam de consultoria, pessoas que estiveram na
função quase o mandato inteiro como funcionários públicos,
mas terceirizados – vide o citado caso do PNUD.
É difícil precisar o que significou em termos orçamentários,
mas é algo bastante relevante. Essa tendência
acabou não exatamente por iniciativa do governo Lula,
mas por exigência do Tribunal de Contas da União, em
decisão de 2003. Com isso, Lula precisou formalizar as
contratações. Era uma exigência para acabar com esse
tipo de relação, o que tornou ainda mais necessária a
contratação para o serviço público. Afinal, seriam 20
mil pessoas saindo do governo..."
sábado, 22 de dezembro de 2012
Cartas do presidente da Petrobras ao blog de Miriam Leitão
Petrobras
15 de outubro de 2010
Veja a nova carta enviada pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, à Miriam Leitão. Leia o post Gabrielli em carta que me mandou: “Afirmo e reafirmo”, publicado nesta sexta-feira (15/10) no blog da colunista.
“Prezada Miriam,
Da Terra e não da Lua vão alguns
comentários meus sobre sua coluna publicada hoje (15/10) no Globo para
fins de esclarecimentos. Tentarei me ater exclusivamente as suas
opiniões substantivas sobre a Petrobras, deixando os adjetivos de lado:
‘A Petrobras perdeu quase $100 bilhões
de valor’. É verdade, como resultado de vários fatores como a crise
internacional que desvalorizou muitos ativos, o desastre do Golfo do
México, que afetou especialmente as empresas de petróleo, a demora da
conclusão da capitalização devido à complexidade do processo eleitoral, e
necessidade de manter a operação estritamente de acordo com as regras
legais pertinentes. Dificilmente pode-se atribuir essa queda
especialmente à atuação da direção da Companhia. Ao contrário, o sucesso
da capitalização, além da participação do Governo e entidades
relacionadas com uma demanda privada muito superior a oferta disponível
de ações, mostra que o mercado acredita nas perspectivas futuras da
empresa. Você, mesmo a contragosto, concorda que ‘ao ser capitalizada,
principalmente com recursos da União, ela melhorou um pouco o
desempenho’.
‘Está sendo mal avaliada em relatórios
de bancos’. Você sabe que os relatórios dos analistas apontam para
preços-alvo das ações nos próximos 12 meses e perspectivas de ganhos em
relação à media do mercado. Eles não estã ‘julgando’ a gestão da
Companhia, estão avaliando as possibilidades dos ativos geridos
permitirem retornos adequados no horizonte de tempo que são relevantes
para eles. Dois tipos de análises foram publicados. A maioria absoluta
dos analistas ajustou tecnicamente o preço-alvo das ações, levando em
consideração que o número de ações colocadas no mercado é muito maior
depois da capitalização e portanto os preços unitários precisariam
necessariamente ser reajustados. Uma minoria de acionistas alterou a
recomendação sobre as ações de sugestões de compra porque elas poderiam
ter um comportamento melhor do que o conjunto do mercado, para uma
posição ajustada ao comportamento médio do mercado. O problema não é de
mal ou bem. É uma avaliação relativa ao conjunto de ações disponíveis no
mercado.
‘É a única ação que perde do Bovespa em
um ano’. Difícil superar o índice do mercado brasileiro com as
circunstâncias específicas mencionadas no primeiro tópico, especialmente
o longo processo de capitalização, que manteve uma âncora sobre o preço
das ações da companhia na maior parte do tempo considerado. O
comportamento desses preços posteriormente à finalização da operação é
bastante positivo considerando-se o tamanho da operação e a intensa
volatilidade esperada em transações desse tipo nos dias posteriores à
sua conclusão. As ações da Petrobras tiveram uma convergência para a
estabilidade mais rápido do que o esperado, à exceção dos dias 6 e 7 da
semana anterior quando as mudanças da tributação (IOF) sobre as
aplicações de renda fixa dos estrangeiros provocou intensas
movimentações de carteira, saindo das aplicações de renda variável, como
as ações da Petrobras para outras aplicações, evitando a necessidade do
pagamento dos 2% adicionais de impostos sobre movimentações
financeiras. A intensa venda das ações baixou os seus preços, no meio de
uma onda de boatos criminosamente espalhados sobre as revistas do final
de semana e denúncias falsas contra a Petrobras.
‘Tem suas reservas em águas profundas,
área em que no mundo inteiro estão sendo reavaliadas as normas de
segurança’. É verdade que a Petrobras é a maior operadora de águas
profundas do mundo. Operamos 20% da produção em campos com mais de 300
metros de lâmina de água (a segunda empresa opera 13%) e temos 45
unidades em operação (a segunda tem 15). Também é verdade que nossos
procedimentos operacionais de segurança são muito mais rígidos do que
outros e que a legislação brasileira já é mais rigorosa do que outras.
Sempre afirmamos que há espaço para melhorar, e que os acidentes podem
ser evitados pela disciplina operacional, adoção de procedimentos
preventivos e rigidez nos compromissos com a segurança. Concordamos que
as melhorias podem vir de novas ferramentas e técnicas para a contenção e
recolhimentos de eventuais desastres e o fato de estarmos confiantes na
nossa capacidade não pode levar ao desprezo sobre essas questões.
Sempre reafirmamos nosso compromisso com a segurança em primeiro lugar.
Em relação à partilha e concessão já apresentei minha posição em carta anterior.
Tentando ser o mais objetivo possível
espero ter contribuído salutarmente para o debate de assuntos relevantes
para o futuro da Petrobras e para o seu presente.
Saudações,
José Sergio Gabrielli de Azevedo”
Leia também a primeira carta enviada à colunista.
“Miriam, respeito profundamente o
direito de opinião, divergências e controvérsias. Justamente por isso,
em relação à sua coluna de hoje, em que sou chamado de lunático e
negligente com as funções de Presidente da Petrobras, acusando-me de
atuar exclusivamente de forma política eleitoral, gostaria de convidá-la
para um debate dos méritos de minhas afirmações, além dos adjetivos.
Vamos aos fatos:
Afirmei que a área exploratória da
Petrobras estava sendo reduzida por limitações na ação da empresa na
aquisição de novos blocos de exploração e que isso seria mortal para uma
empresa que vive do crescimento orgânico de suas reservas,
principalmente através de novas descobertas. Disse e reafirmo que isso
mataria a Companhia por inanição se essa política não fosse revertida,
como o CA e a Diretoria da empresa assim o fizeram a partir de 2003.
Afirmei e reafirmo que os investimentos
em refino estavam limitados por decisões estratégicas à época do
presidente FHC. Considerado negócio de baixa rentabilidade, o refino no
governo FHC teve estímulo para parcerias para ser desmembrado para
potencial venda de suas partes. Essa visão foi revertida com o
presidente Lula. Consideramos que a integração da produção de petróleo e
o refino é fundamental para o fortalecimento da Petrobras, que tem mais
de 85% de suas receitas provenientes das vendas de derivados de
petróleo ao mercado brasileiro. No sistema integrado, a maior parte do
refino pertence à Petrobras e, portanto, o crescimento desse mercado é
estratégico para o desenvolvimento e sustentabilidade da própria
Companhia. Revertemos o ciclo de estagnação do investimento em refino e
planejamos construir cinco novas refinarias nos próximos anos.
Afirmei e reafirmo que a Engenharia e o
sistema de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa (principalmente o
Cenpes) estavam inibidos no seu crescimento por uma falsa ilusão de que o
mercado poderia fornecer as soluções tecnológicas necessárias para
enfrentar os desafios de uma atividade como a nossa, na qual o
conhecimento é vital para a sustentabilidade do crescimento. Felizmente,
essa política também foi revertida desde os tempos de José Eduardo
Dutra na Presidência da Petrobras, com o reerguimento da importância da
engenharia e da pesquisa desenvolvidos internamente, o que impediu a
continuidade de mais um elemento da morte por inanição que a orientação
da DE anterior levaria a empresa.
Afirmei e reafirmo que parte dos
programas de termoelétricas era extremamente nocivo à Petrobras.
Inquestionável que todos os ônus ficavam com a Petrobras e os benefícios
eram repassados para os sócios privados. A Diretoria dos últimos oito
anos reverteu esse processo e as termoelétricas hoje apresentam riscos e
benefícios justos para a empresa que investiu na construção de um
importante parque gerador no País.
Afirmei e reafirmo a ausência da
Petrobras na área dos biocombustíveis. A Petrobras Biocombustível é a
prova do sucesso da reversão dessa política.
Afirmei e reafirmo que a exacerbação do
conceito de unidades de negócio, como forma básica de organização da
empresa, levaria a uma perda de sinergia do sistema corporativo,
fragmentando sua ação, criando condições para a repartição do sistema em
unidades isoladas mais facilmente privatizáveis. A Diretoria da
Petrobras nos últimos oito anos fortaleceu o sistema, em lugar das
partes, enfatizou a atuação sistêmica e agora avança na separação das
unidades de operação dos ativos em relação às unidades que são
responsáveis pela implantação dos novos projetos, uma vez que a empresa
aumentou exponencialmente seus investimentos.
Afirmei e reafirmo que o regime de
concessões aplicado a áreas de baixo risco exploratório, como é o
Pré-Sal brasileiro, implica maior parcela da renda petroleira às
empresas que aí investirem. Defendo que o regime de partilha de produção
para esses casos permite uma melhor repartição dessa renda futura com o
Estado e, portanto, é socialmente mais justa. Nesse sentido, a defesa
do regime atual para as áreas do Pré-Sal é, em certa medida, a defesa de
sua privatização sim.
Esses foram meus argumentos. Poderia ter
falado da preparação para a privatização das fábricas de fertilizantes
(Fafens), da política ofensiva aos movimentos sindicais dos petroleiros,
da internacionalização equivocada, das políticas de patrocínios
sociais, culturais e ambientais sem critérios e sem transparência, e
outras ações que indicavam a orientação do governo do presidente FHC
para preparar a privatização da empresa.
Você pode discordar de cada ponto por
mim tratado, mas não pode desqualificar apenas com adjetivos e
contextualização exclusivamente eleitoral. O que discuti foram pontos
relevantes para a gestão da maior empresa brasileira e uma das maiores
do mundo, que tem desafios gigantescos para implementar um dos maiores
programas de investimento do planeta.
Miriam, a defesa do fortalecimento da
Petrobras não pode ser classificada como negligência em relação às
tarefas do seu presidente. Ao contrário, defender esses princípios é
parte inerente e importante da função que exerço.
Muito obrigado.
José Sergio Gabrielli de Azevedo”
27 respostas para “Cartas do presidente da Petrobras ao blog de Miriam Leitão”
-
Assis Pereira disse:
19 de outubro de 2010 às 19:18Todos que conviveram na gestão FHC sabem que o ex-presidente foi obrigado a fazer declaração que não pretendia privatizar a Petrobras, que serviu como uma “Cortina de Fumaça” para seu principal objetivo de privatização generalizada no pais em seu governo. Naquele momento, o mais preponderante fora a privatização do sietma Telebrás, sob o comando do seu Ministro de planejamento, José Serra, Mendonça de Barros e do Daniel Dantas do grupo Oportunity e outros comparsas, além de seu genro David Zilbenstarj. Com esta prática, privatizaram a preços de Banana a TELEBRAS, VALE DO RIO DOCE, DIVERSAS ESTATAIS DE ENERGIA ELÉTRICA, BANCOS alem de decretar o fim da NUCLEBRAS. Mesmo assim, naquele instante, o ex-presidente FHC articulou com sua turma, uma forma de privatizar mais adiante a Petrobras, e para tanto determinou mudanças na Estatal, criando para a PETROBRAS, diversas subsidiárias e subdividindo-a em diversas Unidades de Negócios para tal propósito. Portanto, o que falou o Presidente da Petrobras a Coluna de Miriam Leitão, não deve ser desconsiderado como pretende em sua matéria. -
Camilo Porto disse:
19 de outubro de 2010 às 15:05‘A empresa perdeu mais de U$ 100 bilhões em valor de mercado’…. ‘No dia 22 de maio de 2008, o valor de mercado da Petrobras era US$ 309 bilhões. No mês passado, chegou a valer APENAS (grifo nosso) US$ 146 bi…’. A anta não vê que, segundo a consultoria Economatica (citada por ela mesma), o valor de mercado da Petrobras, em 2002 (final do governo do Patrão dela) era de APENAS US$ 15,4 bilhões. Para efeitos de comparação, em 2009, AUGE da crise mundial, a Petrobrás lucro APENAS U$ 15,5 BILHÕÕÕÕÕEEESS!!!! Já dava para comprar outra Petrobras da época!!! Até cego reconhece o crescimento da Petrobras. E quem acha que a Petrobras é uma má empresa para investir, ótimo, sobra mais ações para mim…. -
Manoel disse:
18 de outubro de 2010 às 09:24PARABENS PELA RESPOSTA,SR.PRESIDENTE. ATAQUES DESTE TIPO MOSTRAM UMA MIRIAM CONDICIONADA AS ORIENTAÇÕES DO PATRÃO(SISTEMA GLOBO DE TELEVISAO).LAMENTAVEL ATITUDE DESTA COMENTARISTA. -
Auderi Fernandes de Brito disse:
17 de outubro de 2010 às 16:24Acho extremamente ABSURDO a existência de pessoas com opinião igual a essa da Miriam Leitão, totalmente favorável ao desmonte de seu país e é mesmo com letras minusculas porque dela tem que ser mesmo pequeno, pois o meu PAÍS precisa de pessoas; tipo LULA, que AMEM este País. Vou relembrar uma frase muito usada num passado que não quero mais que volte: AME-O OU DEIXE-O.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Lula vai à rua peitar o Golpe
20 dezembro 2012
CA
A elite não aguenta mais seis anos de governos trabalhistas. Dois da Dilma e mais quatro (da Dilma ou do Lula). Só o Golpe ! E é por isso que o Lula vai às ruas.
Saiu no Brasil Atual:
“No ano que vem, para alegria de muitos e tristeza de poucos, voltarei a andar por este país. Vou andar pelo Brasil porque temos ainda muita coisa para fazer, temos de ajudar a presidenta Dilma e trabalhar com os setores progressistas da sociedade”, declarou o ex-presidente.
(Foi) durante ato político de posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Os historialistas pátrios, esses que dizem que o Jango caiu porque gostava de pernas – de coristas e de cavalos – poderão argumentar que Lula será enforcado como Jango, porque “o esquema” não vai funcionar.
No caso de Jango, fracassou o “esquema militar”.
No de Lula, fracassará o “esquema sindical”.
Tem uma pequena diferença.
Jango não nasceu na Vila Euclides.
Jango não tinha acabado de realizar um Governo do tipo Nunca Dantes, re-eleito duas vezes.
O sindicalismo de hoje é diferente, também.
O Rafael, o Sergio e o Vagner não são pelegos.
Têm muitos anos de experiência na batalha política, num ambiente de competição com as forças do insigne Paulinho da Força, cerrista explícito.
Eles seguem a tradição, ali no ABC, do próprio Lula, do Feijóo, Marinho, por exemplo.
O Celso de Mello não sabe onde se meteu.
O Luis Fux não sabe onde se meteu.
(O Gurgel já, já vai pra casa, com o Collor atrás dele. Será depositado na nota de pé de página a que tem direito na História Sinistra do Ministério Público, que transformou numa excrescência.)
Não foi por acaso de o Nunca Dantes anunciou no seu berço político que ia voltar à rua.
No Sindicato dos Metalúrgicos.
Lula vai defender na rua não apenas o seu legado.
Mas, um de seus legados, o Governo Dilma.
(Ou o Zé Cardozo, que amarelou e traiu o Maia, falou pela Dilma ?)
E vai defender a ordem constitucional, que o Supremo se prepara para rasgar de novo, com a decretação da prisão do José Dirceu.
A Casa Grande não tem candidato.
Não há de ser o Aécio Never, pífio nas pequisas pré-eleitorais, e pendurado nas denúncias repetidas de corrupção – como na Lista de Furnas.
Só pode ser o “elite da elite”, o cérebro e centro da Privataria Tucana.
A elite só tem uma saída.
O Golpe.
A Globo sabe disso: ela não ganha eleição.
Só serve para o Golpe.
O Golpe no Supremo.
Em que ela e o Ataulfo Merval de Paiva se tornaram o 12º Voto.
No Supremo, a Globo suspende o Orçamento de 2012.
No Supremo, a elite pretende cassar os direitos políticos do Lula, o “safo”.
Decretar o impeachment da Dilma.
E realizar o sonho que os mexicanos acabaram de materializar, com a eleição de Peña Nieto: privatizar a PEMEX.
Já já um Daniel Dantas da vida entra com um HC Canguru no Supremo e derruba a obra magna do Nunca Dantes – o pré-sal é nosso !
Não se iluda, amigo navegante.
A elite não aguenta mais seis anos de governos trabalhistas.
Dois da Dilma e mais quatro (da Dilma ou do Lula).
Só o Golpe !
E é por isso que o Lula vai para as ruas.
Já que o PT amarela, vai ele.
Esse é o significado do ato político de São Bernardo.
Clique aqui para ver fotos das recentes manifestações do #mexeucomLulamexeucomigo.
Paulo Henrique Amorim
CA
A elite não aguenta mais seis anos de governos trabalhistas. Dois da Dilma e mais quatro (da Dilma ou do Lula). Só o Golpe ! E é por isso que o Lula vai às ruas.
‘Só há uma possibilidade de me derrotar: é trabalharem mais do que eu’, diz Lula
“No ano que vem, para alegria de muitos e tristeza de poucos, voltarei a andar por este país. Vou andar pelo Brasil porque temos ainda muita coisa para fazer, temos de ajudar a presidenta Dilma e trabalhar com os setores progressistas da sociedade”, declarou o ex-presidente.
(Foi) durante ato político de posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Navalha
Na primeira tentativa de Golpe de Estado com o
mensalão, em 2005, Lula também avisou que, se o Golpe tentasse subir a
rampa, ele voltava para o ABC e enfrentava o Golpe.
Os historialistas pátrios, esses que dizem que o Jango caiu porque gostava de pernas – de coristas e de cavalos – poderão argumentar que Lula será enforcado como Jango, porque “o esquema” não vai funcionar.
No caso de Jango, fracassou o “esquema militar”.
No de Lula, fracassará o “esquema sindical”.
Tem uma pequena diferença.
Jango não nasceu na Vila Euclides.
Jango não tinha acabado de realizar um Governo do tipo Nunca Dantes, re-eleito duas vezes.
O sindicalismo de hoje é diferente, também.
O Rafael, o Sergio e o Vagner não são pelegos.
Têm muitos anos de experiência na batalha política, num ambiente de competição com as forças do insigne Paulinho da Força, cerrista explícito.
Eles seguem a tradição, ali no ABC, do próprio Lula, do Feijóo, Marinho, por exemplo.
O Celso de Mello não sabe onde se meteu.
O Luis Fux não sabe onde se meteu.
(O Gurgel já, já vai pra casa, com o Collor atrás dele. Será depositado na nota de pé de página a que tem direito na História Sinistra do Ministério Público, que transformou numa excrescência.)
Não foi por acaso de o Nunca Dantes anunciou no seu berço político que ia voltar à rua.
No Sindicato dos Metalúrgicos.
Lula vai defender na rua não apenas o seu legado.
Mas, um de seus legados, o Governo Dilma.
(Ou o Zé Cardozo, que amarelou e traiu o Maia, falou pela Dilma ?)
E vai defender a ordem constitucional, que o Supremo se prepara para rasgar de novo, com a decretação da prisão do José Dirceu.
A Casa Grande não tem candidato.
Não há de ser o Aécio Never, pífio nas pequisas pré-eleitorais, e pendurado nas denúncias repetidas de corrupção – como na Lista de Furnas.
Só pode ser o “elite da elite”, o cérebro e centro da Privataria Tucana.
A elite só tem uma saída.
O Golpe.
A Globo sabe disso: ela não ganha eleição.
Só serve para o Golpe.
O Golpe no Supremo.
Em que ela e o Ataulfo Merval de Paiva se tornaram o 12º Voto.
No Supremo, a Globo suspende o Orçamento de 2012.
No Supremo, a elite pretende cassar os direitos políticos do Lula, o “safo”.
Decretar o impeachment da Dilma.
E realizar o sonho que os mexicanos acabaram de materializar, com a eleição de Peña Nieto: privatizar a PEMEX.
Já já um Daniel Dantas da vida entra com um HC Canguru no Supremo e derruba a obra magna do Nunca Dantes – o pré-sal é nosso !
Não se iluda, amigo navegante.
A elite não aguenta mais seis anos de governos trabalhistas.
Dois da Dilma e mais quatro (da Dilma ou do Lula).
Só o Golpe !
E é por isso que o Lula vai para as ruas.
Já que o PT amarela, vai ele.
Esse é o significado do ato político de São Bernardo.
Clique aqui para ver fotos das recentes manifestações do #mexeucomLulamexeucomigo.
Paulo Henrique Amorim
Amaury Ribeiro Jr. promete revelar em novo livro bastidores do complô para derrubar Lula e Dilma

publicado em 19 de dezembro de 2012 às 20:32
Amaury e o primeiro petardo (foto LCA)
por Luiz Carlos Azenha
Na semana seguinte às eleições municipais em que Fernando Haddad derrotou José Serra em São Paulo, episódios estranhos começaram a acontecer em torno do premiado repórter Amaury Ribeiro Jr., autor do livro Privataria Tucana, o best seller que vendeu 150 mil cópias.
Primeiro, ele foi procurado por telefone por um homem de Guarulhos que prometeu documentos relativos à Operação Parasita, da polícia paulista, que investigou empresas que cometiam fraudes na área da saúde. Foi marcada uma reunião, mas a fonte se negou a entrar no local de trabalho de Amaury. Quando se encontraram pessoalmente, do lado de fora, a história mudou: o homem ofereceu a Amaury a venda de material secreto que teria como origem o despachante Dirceu Garcia.
No inquérito da Polícia Federal que apura a quebra de sigilo de dirigentes do PSDB, aberto durante a campanha eleitoral de 2010, Dirceu é a única testemunha que acusa Amaury de ter participado da violação. “Novamente, estão querendo armar contra mim”, diz Amaury. “Mas desta vez a trama foi toda gravada por câmera de segurança”.
Em seguida, outra situação nebulosa, desta vez supostamente para atingir a Editora Geração Editorial, que publicou o Privataria Tucana. Um “ganso” da polícia paulista marcou encontro com o diretor de comunicação, William Novaes, com o objetivo de entregar um dossiê que incriminaria vários políticos tucanos, entre eles o ex-senador Tasso Jereissati.
O encontro, do qual Amaury também participou, foi gravado por câmeras ocultas. Amaury acredita que o objetivo era entregar à editora material falso que pudesse ser usado para desqualificar seu livro. Diante da recusa, a mesma suposta “fonte”, que responde a vários processos por estelionato, ligou para a editora dias depois dizendo que Amaury corria risco de vida.
“Acredito que eles pretendiam me acusar de obstruir o processo em andamento, o que poderia até resultar em minha prisão”, avalia o repórter.
Na mesma semana, narra Amaury, o ex-sub-procurador da República, hoje advogado José Roberto Santoro, que segundo a revista Veja (http://veja.abril.com.br/
O objetivo, segundo o repórter, seria reclamar de uma nota publicada na coluna de Amaury relativa a uma mineradora de Minas e ao ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. Mas, de acordo com Amaury, no encontro Santoro não reclamou objetivamente do conteúdo da coluna. “Ele ficou falando mal de mim, tentando levar à minha demissão e quando foi advertido pelos diretores do jornal aumentou ainda mais o tom de voz, como se estivesse numa crise histérica”, diz o repórter. A coluna continua a ser publicada.
Qual seria a explicação para esta sequência de eventos?

Aqui, é importante lembrar que, na campanha de 2010, Amaury foi acusado pela mídia de integrar um grupo de inteligência a serviço da campanha de Dilma Rousseff, aquele que teria violado o sigilo fiscal de tucanos. O repórter nega: “Estão querendo requentar um assunto velho, que sumiu das páginas dos jornais logo depois das eleições de 2010. Pelo jeito vai voltar já pensando em 2014. Talvez estejam pensando em me usar para chegar na Dilma”.
Amaury estranha que o processo sobre a violação do sigilo de tucanos tenha voltado a andar uma semana depois das eleições de 2012, quando foram chamados para depor o jornalista Luiz Lanzetta e o secretário particular do diretor de redação do Correio Braziliense e do Estado de Minas, Josemar Gimenez.
Lanzetta trabalhou na campanha de Dilma e foi acusado de ser o chefe do suposto núcleo de inteligência. Quanto a Josemar, Amaury trabalhou em O Estado de Minas, onde deu sequência à apuração dos fatos que resultaram no livro Privataria Tucana. O repórter enfatiza sempre que baseou o livro em documentos públicos obtidos em juntas comerciais e cartórios, na CPI do Banestado e no Exterior.



Além disso, apesar de o deputado federal e ex-delegado da PF Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) ter conseguido o número de assinaturas necessárias à abertura da CPI da Privataria, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), parece ter sentado sobre o assunto.
NOVO LIVRO
Desde o lançamento do Privataria Tucana, Amaury fala em escrever a sequência. O livro já tem nome: Privataria 2, o Grande Complô.
Viomundo: Amaury, do que tratará o livro?
Amaury: Vou mostrar como funciona o núcleo de inteligência do PSDB, que domina até hoje setores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Eles se movimentam para desarticular o ex-presidente Lula e futuramente a presidenta Dilma. Quero mostrar porque o PT não reage. No caso da CPI do Cachoeira, tinha a faca e o queijo na mão para investigar melhor a relação entre o bicheiro e a revista Veja.
Viomundo: Você tem explicação para o recuo do relator Odair Cunha (PT-MG)?
Amaury: O PT parece abafar todos os casos. Suspeito que é por um motivo simples. Herdou e deu continuidade a esquemas dos tucanos. No caso do Odair Cunha, devemos lembrar que o ex-sócio dele, que é da região de Boa Esperança, em Minas Gerais, se tornou diretor de Furnas e controla verbas e cargos. Será que tem o rabo preso e os tucanos descobriram?
Viomundo: E a CPI da Privataria, agora sai?
Amaury: Acho que não sai. Tudo indica que o PT tenha herdado o esquema promíscuo que os tucanos tinham com as empresas de telecomunicações. Diante da nova denúncia do Marcos Valério, que diz que a Brasil Telecom teria doado 7 milhões de reais ao PT, o partido vai ficar totalmente desmoralizado se a CPI não for aberta. Se não for aberta, vai ficar bem claro que eles temem que as investigações atinjam o próprio PT.
Viomundo: O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, chegou a convidar o ex-presidente FHC para falar sobre a lista de Furnas. Mas foi desautorizado pelo líder do PT no Senado, Walter Pinheiro. Afinal, essa lista de Furnas é falsa, como afirmam os tucanos?
Amaury: O laudo da perícia da Polícia Federal diz que é verdadeira. A lista mostra doações de campanha feitas por um esquema montado em Furnas para vários caciques do PSDB, dentre os quais Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. O caso foi denunciado na Justiça federal do Rio de Janeiro pela procuradora Andrea Bayão Ferreira, que em seu relatório diz não ter dúvidas da existência do esquema, que era abastecido por empresas fornecedoras de Furnas. Mas a Justiça Federal transferiu o caso para a Justiça estadual do Rio de Janeiro, apesar de Furnas ser uma estatal federal. É outro caso no qual o procurador Gurgel não tomou qualquer providência. Será que ele faria o mesmo se fosse um esquema petista?
Viomundo: E essa história do mensalão tucano, anda?
Amaury: Mais uma vez houve tratamento diferenciado ao PSDB. No caso do mensalão tucano, houve desmembramento das investigações, encaminhadas à Justiça de Minas. No STF só serão julgados os reús com foro privilegiado. Vai ficar mais difícil montar o quebra-cabeças que facilitaria a condenação, como foi o caso do mensalão petista. As teorias do Gurgel não teriam vingado se tivesse havido desmembramento também no mensalão petista. No caso dos tucanos, houve.
Viomundo: Lula nunca falou sobre a Operação Porto Seguro, aquela que desvendou um esquema de tráfico de influência nas agências reguladoras e que teria a participação de Rosemary Nogueira. A mídia explorou o que define como “relações íntimas” entre o ex-presidente Lula e Rosemary. O que te pareceu o caso?
Amaury: São denúncias sérias, que devem ser apuradas. Mas outra vez a imprensa, a Polícia Federal e o Ministério Público dão tratamento desigual a petistas e tucanos. Devemos lembrar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acreditava ter tido um filho com uma jornalista da Globo e a imprensa não só calou a respeito durante quase duas décadas como ajudou a abafar o caso. Uma concessionária pública, a Globo, transferiu a mãe do menino para a Espanha. Conheço bem essa história. Nunca toquei no assunto por se tratar da vida pessoal. Mas diante do cinismo da imprensa estou pensando em incluir no livro algumas revelações sobre como era o esquema para sustentar mãe e filho na Europa. É jornalistacamente relevante por se tratar de dinheiro de caixa dois, de financiamento de campanha. Tenho uma testemunha que sabe de tudo.
Viomundo: Você não poupa nem a PF, que vem trabalhando como nunca?
Amaury: O governo é petista, mas há um núcleo tucano na PF, tanto que a presidente da República só ficou sabendo da Operação Porto Seguro depois que ela foi deflagrada. O ministro da Justiça apareceu na TV com aquela cara de bobo, ficou vendido. Vale lembrar que o início das investigações se deu pelas mãos do serviço de inteligência do PSDB, que cooptou testemunhas para levar o caso adiante. Meu livro vai contar os detalhes de como isso aconteceu. Vai também desnudar as relações promíscuas entre integrantes do Ministério Público e da Polícia Federal com o alto tucanato. Como vou sustentar, é mesmo um grande complô.
Viomundo: Mas se a Rosemary foi exonerada no dia seguinte à operação da PF, Dilma não sabia de nada antecipadamente? Há especulação de que ela deixou andar justamente para eliminar um núcleo de corrupção que herdou do governo Lula…
Amaury: Essa é a grande pergunta, até hoje não foi respondida. Pretendo responder no livro.
Viomundo: Já que estamos no campo das especulações, e a boataria sobre a saída de Dilma do PT para o PDT?
Amaury: Seria um suicídio político. No PDT há uma briga de vida e morte entre a família Brizola e o ex-ministro Carlos Lupi. Só faria sentido ela sair do PT se o Lula fosse candidato em 2014, o que o atual quadro político não indica.
Viomundo: E essas gravações que você fez, do pessoal que tentou armar contra você, vão entrar no livro?
Amaury: Com certeza, mas antes vou entregar todo o material à Polícia Federal e à Justiça. Quero deixar claríssimo que eles escolhem os casos para investigar e punir. Como eles até agora não tomaram providências, pretendo entrar com representações na PF e no Ministério Público pedindo a apuração das denúncias contidas no Privataria Tucana. Quero ver eles sentarem em cima do assunto. Pelo jeito só vai me restar fazer denúncias fora do Brasil por meio da ICIJ, International Consortium of Investigative Journalists (http://www.icij.org/), entidade que tem sede nos Estados Unidos e representação em dezenas de paises. Fui o primeiro repórter brasileiro a integrar a entidade e estou pensando em acioná-la se as autoridades brasileiras não tomarem providências.
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Datafalha desmoraliza o PiG (*)
ConversaAfiada
Publicado em 17/12/2012
Folha foi a “campo” quando mais batia no Lula. Quem semeia o vento colhe …
Saiu na Carta Maior excelente análise do Saul Leblon (quem será ? Será parente do Stanley ?):
Datafolha, o descrédito camuflado
A pesquisa do Datafolha divulgada neste domingo envolve um contexto tão ou mais humilhante para a oposição e o seu dispositivo midiático do que os resultados que revela.
O que revela, em contrapartida, deve ser encarado com cautelosos festejos pelo governo: pode ser a ante-sala de uma radicalização ainda maior do conservadorismo.
Os números tabulados são devastadores.
Dos entrevistados, 56% e 57% preferem que Brasil continue governado,respectivamente, por Lula ou Dilma, rejeitando a hipótese de se transferir o comando da sociedade à oposição.
Significa que Lula ou Dilma, é indiferente, qualquer um dos dois venceria hoje as eleições presidenciais num hipotético primeiro turno. Repita-se: o PT tem dois candidatos para vencer; a oposição não tem nenhum.
Esse é o tamanho do rombo que o Datafolha desvela na trincheira neoudenista, após cinco meses de açoites sucessivos, iniciados com o julgamento da Ação 470, em 2 de agosto.
Com Lula ou Dilma, o PT supera a soma das preferências atribuídas a todas as alternativas reais ou acalentadas pela direita brasileira – de Marina Silva a Aécio, passando pelo eterno candidato da derrota conservadora, José Serra, ao cobiçado Eduardo Campos.
O resultado é ainda mais humilhante quando se contextualiza a sua coleta.
A pesquisa foi feita estrategicamente no dia 13 de dezembro, 5ª feira passada, ouvindo-se 2.588 pessoas.
A Folha aguardou todo o desgaste da Operação Seguro, iniciada no dia 24 de novembro. Deixou acumular vapor na fornalha e enviou seus pesquisadores a campo no dia seguinte ao vazamento das supostas acusações de Marcos Valério contra Lula.
É uma aula de como fazer política com pesquisas supostamente ‘científicas’.
Primeiro , o jornal e seus assemelhados dão uma ‘esquentada’ na opinião pública. Concluído o bombardeio, lá vai o isento Datafolha mensurar ‘cientificamente’ o diâmetro da cratera aberta no prestígio do PT e do governo.
Não incorre em erro quem asseverar que o Datafolha dilapida rapidamente a sua credibilidade nessa endogamia entre manchetes e enquetes.
Neste caso, por exemplo, a pesquisa foi dia 13 porque no dia 12 as manchetes dos jornais foram as seguintes:
‘O Globo’ 12/12/2012:
* ‘Operador do mensalão disse ter pagado despesas do então presidente da República Lula e que este sabia dos empréstimos ao PT’.
*’Joaquim defende nova investigação (diante das acusações de Marcos Valério a Lula);
* ‘Sou o garganta profunda do PT; o bicheiro Carlinhos Cachoeira deixou o presídio com insinuações contra o PT’.
‘Estadão’,12/12/2012:
*’BB arrecadava para PT, diz Valério’.
*’Joaquim Barbosa afirma que Lula tem de ser investigado’.
* ‘PF apura se Rose e irmãos Vieira ocultam bens’.
‘Folha de SP’ 12/12/2012
‘Presidente do Supremo quer Lula investigado no ‘mensalão’ .
Foi assim que a coisa se deu, com o efeito bumerangue conhecido.
Há mais , porém. E não é menos sugestivo do expediente ardiloso que assentou praça em veículos que antigamente gostavam de ostentar o seu ‘republicanismo’.
Camuflado sob o título ‘Aumenta a percepção de corrupção no governo’, a Folha asfixia em quatro linhas de rodapé outra novidade incômoda trazida das ruas.
O elemento camuflado pelo jornal diz respeito exatamente ao exercício da manipulação.
A pesquisa do Datafolha mostrou uma queda de 10 (dez) pontos percentuais na confiança da população na imprensa, comparando-se justamente o período em que ela foi mais ativa na escalada criminalizante contra o PT e suas lideranças. Ou seja, de 2 de agosto, início do julgamento do chamado ‘mensalão’, até o último dia 13 de dezembro.
Nenhum dos colunistas isentos abriu o bico longo para comentar esse degrau abrupto e suas interações com o viés da cobertura precedente.
O fato de que o jornal dos Frias tenha camuflado uma variação estatística que é o dobro daquela destacada na manchete sobre corrupção (cuja percepção saltou de 64% para 69% no mesmo período) apenas comprova a pertinência da desconfiança registrada na pesquisa.
A manipulação dentro da manipulação serve também de advertência ao governo: o conservadorismo brasileiro dobrou um Rubicão.
Repita-se o que tem dito Carta Maior: não se espere recuo ou acomodação em meio a escalada conservadora para voltar ao poder.
A mídia já está em campanha e o que tem cometido e ventilado como jornalismo deixa pouca dúvida sobre seus planos,seus propósitos e seu método.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Carta Aberta De Carlos Moura, com carinho, para Noblat
publicada terça-feira, 26/10/2010 às 17:57 e atualizada terça-feira, 26/10/2010 às 18:36
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Noblat
Quem é você para decidir pelo Brasil (e pela História) quem é grande ou quem deixa de ser? Quem lhe deu a procuração? O Globo? A Veja? O Estadão? A Folha?
Apresento-me: sou um brasileiro. Não sou do PT, nunca fui. Isso ajuda, porque do contrário você me desclassificaria, jogando-me na lata de lixo como uma bolinha de papel. Sou de sua geração. Nossa diferença é que minha educação formal foi pífia, a sua acadêmica. Não pude sequer estudar num dos melhores colégios secundários que o Brasil tinha na época (o Colégio de Cataguases, MG, onde eu morava) porque era só para ricos. Nas cidades pequenas, no início dos sessenta, sequer existiam colégios públicos. Frequentar uma universidade, como a Católica de Pernambuco em que você se formou, nem utopia era, era um delírio.
Informo só para deixar claro que entre nós existe uma pedra no meio do caminho. Minha origem é tipicamente “brasileira”, da gente cabralina que nasceu falando empedrado. A sua não. Isto não nos torna piores ou melhores do que ninguém, só nos faz diferentes. A mesma diferença que tem Luis Inácio em relação ao patriciado de anel, abotoadura & mestrado. Patronato que tomou conta da loja desde a época imperial.
O que você e uma vasta geração de serviçais jornalísticos passaram oito anos sem sequer tentar entender é que Lula não pertence à ortodoxia política. Foi o mesmo erro que a esquerda cometeu quando ele apareceu como líder sindical. Vamos dizer que esta equipe furiosa, sustentada por quatro famílias que formam o oligopólio da informação no eixo Rio-S.Paulo – uma delas, a do Globo, controlando também a maior rede de TV do país – não esteja movida pelo rancor. Coisa natural quando um feudo começa a dividir com o resto da nação as malas repletas de cédulas alopradas que a União lhe entrega em forma de publicidade. Daí a ira natural, pois aqui em Minas se diz que homem só briga por duas coisas: barra de saia ou barra de ouro.
O que me espanta é que, movidos pela repulsa, tenham deixado de perceber que o brasileiro não é dançarino de valsa, é passista de samba. O patuá que vocês querem enfiar em Lula é o do negrinho do pastoreio, obrigado a abaixar a cabeça quando ameaçado pelo relho. O sotaque que vocês gostam é o nhém-nhém-nhém grã-fino de FHC, o da simulação, da dissimulação, da bata paramentada por láureas universitárias. Não importa se o conteúdo é grosseiro, inoportuno ou hipócrita (“esqueçam o que eu escrevi”, “ tenho um pé na senzala” “o resultado foi um trabalho de Deus”). O que vale é a forma, o estilo envernizado.
As pessoas com quem converso não falam assim – falam como Lula. Elas também xingam quando são injustiçadas. Elas gritam quando não são ouvidas, esperneiam quando querem lhe tapar a boca. A uma imprensa desacostumada ao direito de resposta e viciada em montar manchetes falsas e armações ilimitadas (seu jornal chegou ao ponto de, há poucos dias, “manchetar” a “queda” de Dilma nas pesquisas, quando ela saiu do primeiro turno com 47% e já entrou no segundo com 53 ) ficou impossível falar com candura. Ao operário no poder vocês exigem a “liturgia” do cargo. Ao togado basta o cinismo.
Se houve erro nas falas de Lula isto não o faz menor, como você disse, imitando o Aécio. Gritos apaixonados durante uma disputa sórdida não diminuem a importância histórica de um governo que fez a maior revolução social de nossa História. E ainda querem que, no final de mandato, o presidente aguente calado a campanha eleitoral mais baixa, desqualificada e mesquinha desde que Collor levou a ex-mulher de Lula à TV.
Sordidez que foi iniciada por um vendaval apócrifo de ultrajes contra Dilma na internet, seguida das subterrâneas ações de Índio da Costa junto a igrejas e da covarde declaração de Monica Serra sobre a “matança de criancinhas”, enfiando o manto de Herodes em Dilma. Esse cambapé de uma candidata a primeira dama – que teve o desplante de viajar ao seu país paramentada de beata de procissão, carregando uma réplica da padroeira só para explorar o drama dos mineiros chilenos no horário eleitoral – passou em branco nos editoriais. Ela é “acadêmica”.
A esta senhora e ao seu marido você deveria também exigir “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.
Você não vai “decidir” que Lula ficou menor, não. A História não está sendo mais escrita só por essa súcia de jornais e televisões à qual você pertence. Há centenas de pessoas que, de graça, sem soldos de marinhos, mesquitas, frias ou civitas, estão mostrando ao país o outro lado, a face oculta da lua. Se não houvesse a democracia da internet vocês continuariam ladrando sozinhos nas terras brasileiras, segurando nas rédeas o medo e o silêncio dos carneiros.
Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG
A dimensão de um homem
http://www.blogdacidadania.com.br/2012/12/a-dimensao-de-um-homem/
Todavia, um homem é o que faz de si. Escolhemos o que seremos e nos tornamos prisioneiros ou detentores dessa escolha. Lula decidiu ser detentor de suas escolhas de vida. E quando nossas escolhas nos permitem realizar obras, colhemos os frutos. E quem os dá a nós são os outros, de uma forma ou de outra.
Um comerciante bem sucedido é conhecido por honrar dívidas, praticar preço justo e oferecer produto que valha o preço que cobra. Um bom médico atrai a confiança e o respeito de pacientes e da comunidade científica. Com um político não é diferente.
Lula entregou o que prometeu. Quando chegou ao poder, o Brasil era muito pior do que é hoje. Poucos cometeriam o desatino de negá-lo. O máximo que conseguem é atribuir os êxitos da era Lula a outro que não ao próprio, ainda que os fracassos lhe sejam integralmente atribuídos.
Mas um homem que opta por trilhar o caminho do bom comerciante ou do bom médico, que é também o do bom político, vai deixando amigos, respeito e afeição pelo caminho. É o caso de Lula.
Há dois ou três dias, nas primeiras páginas de todos os jornais estava sendo tratado como criminoso condenado. Reapareceu na França, sorridente, sendo homenageado por toda a Europa, discutindo questões globais de igual para igual com líderes das maiores potências.
Ao mesmo tempo, levantou-se, na sociedade, um clamor de protesto contra a forma como está sendo tratado um homem que, diante do mundo, conserva a dimensão de um estadista, sendo alvo dos ataques apenas de políticos fracassados e empresários de mídia amigos deles.
Até o carrasco de correligionários de Lula, o ministro Joaquim Barbosa, declarou seu respeito por ele. Entre o povo brasileiro, Lula ainda é o mesmo que deixou o Palácio do Planalto em seus braços em 1º de janeiro de 2011, aos oitenta por cento de aprovação.
Mas até isso seus inimigos negam. Colunistas da grande mídia falam sobre a desmoralização que estaria sofrendo ao ser acusado por um criminoso condenado em um processo em que até tentaram envolvê-lo, mas que já termina sem que nada tenha sido apurado contra si.
Assim, inimigos assumidos e enrustidos querem outro processo contra Lula. E, imprudentemente confiantes, reconhecem – em colunas, editoriais e até em reportagens – que a finalidade é impedir que ele chegue a 2014 em condições de disputar qualquer cargo ou de influir em favor de qualquer candidato.
Se pesquisas que a direita midiática fará mais adiante apontarem qualquer êxito do massacre acusatório – o que ela espera que aconteça assim que a marionete que comanda a Procuradoria Geral da República cumprir seu script e acusar Lula –, aí será a vez de Dilma.
Contudo, só o que se enxerga, até aqui, é que o conjunto de forças que está se erguendo em favor do ex-presidente comprova como é sábio a gente semear o bem, a verdade e a justiça.
Em algum momento da vida todos precisaremos de solidariedade. Ninguém consegue receber tanta solidariedade quanto Lula está recebendo se for um canalha. E quando um canalha se enfraquece, todos lhe viram as costas. A dimensão de Lula foi ele quem construiu, e agora a estamos vendo. E aprendendo.
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