domingo, 26 de maio de 2013

70% dos beneficiários adultos do Bolsa Família trabalham

 saraiva13.blogspot

  Qui, 23 de Maio de 2013 18:13 Escrito por PT Senado

tereza_campello
 
 A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou nesta terça-feira (21), que 70% dos beneficiários adultos do Programa Bolsa Família trabalham, mas continuam dependentes do benefício por não conseguirem, somente com seus esforços, o dinheiro suficiente para o sustento de suas famílias.

Segundo a ministra, afirmar que os beneficiários do Bolsa Família são pobres porque não trabalham é inverídico. “Muitos inclusive trabalham no campo e até mesmo têm sua terrinha, mas não conseguem tirar dela o sustento da família. Mesmo nas cidades, há muita gente que não teve condições de estudar e de participar de um curso de qualificação profissional”, afirmou Campello durante o programa Bom Dia, Ministro.

“Esse é um dinheiro que circula e fortalece a economia de cada uma das unidades da Federação, dinamizando o comércio e a indústria. Se o programa beneficia as famílias carentes diretamente, também ajuda a aquecer toda a economia”, comentou a ministra em resposta as críticas de que o programa seria “assistencialista” e “eleitoreiro”.
Aprovação maior que a média nacional

Dados fornecidos recentemente pelo ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome também contrariam o argumento de que os beneficiados pelo Bolsa Família se “acomodam” com o benefício.  Um levantamento da pasta mostra que 1,69 milhão de famílias beneficiadas deixaram espontaneamente o programa, declarando que sua renda já ultrapassava o limite de R$ 140 por pessoa. Estas famílias representam 12% de um total de 13,8 milhões de famílias atendidas. Os dados abrangem os dez anos de existência do Bolsa Família, entre outubro de 2003 e fevereiro de 2013.
De acordo com a ministra, a ampliação do Bolsa Família fez com que 22 milhões de brasileiros deixassem a situação de extrema pobreza. “Agora, temos um grande desafio, que é levar qualificação profissional e oportunidades para essas famílias que querem melhorar sua situação”, afirmou.
Tereza Campello destacou que o Programa Brasil Sem Miséria, do qual o Bolsa Família faz parte, prevê investimentos públicos na qualificação profissional dos beneficiados por programas sociais, “exatamente para que não seja apenas a transferência de renda, o apoio que damos para que a população saia da extrema pobreza”.
Outro ponto positivo destacado pela ministra em relação ao Bolsa Família é o fato de que ele favorece a educação das crianças de famílias beneficiadas. “Nestes dez anos de existência do programa, as crianças beneficiadas tiveram uma redução muito grande no percentual de evasão das escolas. E não só estão abandonando menos a escola, como conseguiram chegar a um desempenho igual às demais [da rede pública], repetindo menos de ano. Isso é uma prova de que o programa está no caminho certo”, disse.
Para a ministra, o Bolsa Família superou as críticas iniciais e hoje é reconhecido como um modelo de política pública de sucesso. “Hoje, a maior parte da população reconhece os avanços, não só quanto à melhoria da renda, mas também por levar as crianças às salas de aula”, defende Campello
Com informações da Agência Brasil

Soltando a (própria) voz - Vozes do Bolsa Família

Livro revela como o programa Bolsa Família transformou
a vida de beneficiárias oriundas de regiões secularmente
identificadas com a submissão feminina


de Jornal da Unicamp 
Campinas, 28 de abril de 2013 a 04 de maio de 2013 – ANO 2013 – Nº 559 



Dos rincões miseráveis do Brasil emergiram as vozes de mais de uma centena de mulheres. Beneficiárias do Bolsa Família, essas brasileiras abriram as portas de seus casebres e, não raro, a própria alma, para contar suas vivências e aprendizados com os recursos transferidos regularmente pelo governo federal no âmbito de seus mais extenso programa destinado a mitigar a pobreza. Os densos e francos relatos, que em muitas ocasiões adquiriram contornos de pungentes confidências, permitiram trazer à luz resultados muito mais abrangentes na vida dessas mulheres que a subsistência proporcionada pelo auxílio financeiro. O recebimento da renda monetária e o controle exercido por elas sobre o dinheiro – pois são as titulares do cartão que permite sacar o benefício na boca do caixa – modificaram substancialmente a percepção que tinham sobre a própria vida. Houve ganho de autonomia e liberdade de escolha, de dignidade e respeitabilidade na vida local. Em suma, passaram a ter voz em regiões secularmente identificadas com a submissão feminina.

As profundas mudanças comportamentais no universo feminino do Bolsa Família constituem os achados de um estudo de fôlego desenvolvido a quatro mãos pela socióloga Walquiria Gertrudes Domingues Leão Rêgo, professora titular do Departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, e pelo filósofo italiano Alessandro Pinzani, professor adjunto de Ética e Filosofia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Concebida com a finalidade de averiguar se, como e em que medida a nova renda e sua regularidade incidiam sobre a vida cotidiana das famílias e, em particular, das mulheres, a pesquisa completa estará disponível em breve no livro Vozes do Bolsa Família, a ser lançado pela Editora Unesp.

Walquiria chama a atenção para o fato de a pesquisa ter sido conduzida por autores provenientes de formações intelectuais distintas (filosofia e ciências sociais), além de provir de diferentes países (Itália e Brasil). Um dos motivos principais da cooperação foi a tentativa, por um lado, de aproximar a filosofia política da análise empírica da realidade social e, por outro, de fortalecer o diálogo interdisciplinar existente desde a fundação da sociologia. De acordo com ela, a simbiose resultou em uma diferença de olhar e de perspectiva teórica que proporcionaram ênfases e tons diversos ao tema abordado.

“Consideramos o estudo como um experimento interpretativo, no qual estiveram presentes o diálogo entre várias teorias contemporâneas normativas de cidadania, de democracia e de autonomia e seu confronto com a realidade das mulheres em estado de extrema pobreza, alvos do Bolsa Família”, enfatiza.


IMPACTOS DO DINHEIRO

Foi de Walquiria a iniciativa da empreitada, a partir de sua percepção de que o programa teria impactos na subjetividade das mulheres, pelo fato de o Bolsa Família conceder benefícios monetários. Segundo a “Sociologia do Dinheiro” – uma das várias teorias que ofereceram respaldo conceitual e analítico na avaliação do material empírico recolhido pelos docentes na pesquisa – o dinheiro é uma instituição diferente, capaz de transformar os indivíduos. Desse modo, argumenta a cientista, a destinação de um valor financeiro é completamente diferente da entrega de uma cesta básica, porque possibilita o desenvolvimento de determinadas capacidades e competências que o dinheiro, em sua função comunicativa e simbólica, acaba estimulando, como a liberdade de escolher minimamente a forma de utilizar o recurso.

A investigação requereu viagens de pesquisa ao longo de cinco anos, desde 2006, que Walquiria empreendeu a princípio sozinha e mais tarde acompanhada de Alessandro, nas quais foram entrevistadas 150 mulheres que recebem o Bolsa Família em regiões tradicionalmente consideradas as mais desassistidas do país: sertão nordestino (Alagoas), zona litorânea de Alagoas, Vale do Jequitinhonha (MG), periferia da cidade do Recife, interior do Piauí, interior do Maranhão e periferia de São Luís (MA). São lugares onde a população é em sua maioria semianalfabeta, os níveis de escolaridade são baixíssimos, não existem opções de emprego e o Estado é pouco atuante.

“Escolhemos entrevistar beneficiárias que moram em áreas rurais ou em pequenas cidades do interior, por entender que sua situação se diferencia muito da dos pobres urbanos, objeto já de inúmeros estudos. É muito diferente ser pobre em algumas daquelas regiões e ser pobre na periferia de São Paulo, por exemplo, onde bem ou mal existem alternativas. Os pobres rurais se deparam com problemas diferentes, começando pelo isolamento geográfico que resulta, quase sempre, na impossibilidade de ter acesso a serviços públicos básicos, como escolas e postos de saúde”, justifica a professora.

Importante no processo de seleção e localização das entrevistadas, segundo ela, foi o apoio de contatos locais (pessoas diretamente responsáveis pela aplicação do programa, como assistentes sociais, gestores, prefeitos, ou ainda integrantes de movimentos sociais e intelectuais), que intermediaram encontros com muitas das famílias ouvidas. Mas na maioria das vezes as beneficiárias foram procuradas livremente, a fim de evitar direcionamentos de qualquer natureza. Conforme observa ainda a socióloga, não procederam a uma pesquisa estatística ou quantitativa, mas fundamentalmente qualitativa.

“Aplicamos em nosso trabalho de coleta de dados a técnica da entrevista aberta, e não a do questionário fechado, pois julgamos ser a única possível nesse tipo de investigação, exatamente porque pretendíamos alcançar alguns níveis da estrutura subjetiva dos entrevistados, buscando apreender mudanças mais profundas, morais e políticas, proporcionadas pelo benefício. Realizamos então longas entrevistas, munidos apenas de um roteiro de questões e na audição atenta da fala mais livre possível dos entrevistados”, esclarece a pesquisadora.

O método impôs a necessidade da realização de repetidas conversas e do estabelecimento de uma relação de confiança com os entrevistados, o que significou a dedicação de tempos longos tanto na coleta dos depoimentos, com o retorno ao campo ao menos mais de uma vez – o propósito era o de acompanhar a adaptação das famílias e, em particular, das mulheres à nova situação econômica proporcionada pelo programa –, quanto na reflexão sobre o material recolhido. Walquiria frustrou-se por não ter recebido apoio financeiro da Universidade e decidiu custear a pesquisa com recursos próprios, agendando as viagens em períodos de férias.


ECONOMIA DOMÉSTICA
Conforme observam os autores do estudo, a pobreza é um problema complexo e, como tal, não admite uma solução fácil. Portanto, não pode ser resolvida simplesmente por meio de um programa de transferência direta de renda. Do mesmo modo, é um equívoco pensar que o Bolsa Família se limita a garantir a sobrevivência material de famílias destituídas e extremamente pobres, embora, salientam, a medida governamental tem o mérito de enfrentar importantes questões ligadas à pobreza. Uma delas é o início da superação da cultura da resignação, ou seja, da espera resignada pela morte por fome e doenças relacionadas à miséria: com o valor recebido, podiam comprar comida para a família e já não passavam tanta “necessidade” (termo este muito usado pelas entrevistadas para falar de carências e privações).

“Pudemos constatar nas entrevistas a imprescindibilidade da bolsa para continuarem vivendo”, apontam os docentes. “Na grande maioria das famílias pesquisadas, o repasse representa o único rendimento monetário percebido e, em vários casos, constitui a primeira experiência regular de obtenção de rendimento. Antes disso, a vida se resumia à luta diária para obter comida, que poderia vir desde a sua caça como da ajuda de familiares. Todas reconheceram que, se suas vidas eram duras, sem a bolsa o seriam ainda mais.”

Dona Amélia que o diga. Moradora de Pasmadinho (MG), 41 anos, mãe de dez filhos, com marido desempregado que faz bicos quando estes aparecem, ela salienta que agora a família já não passa fome, pois antes “às vezes, não tinha para jantar ou não tinha para almoçar”. Ao responder sobre o papel da renda na mudança da vida dura, não pestaneja: “Porque a gente tem mais liberdade no dinheiro. Pode comprar mais o que a gente quer.”

A dupla afirma que, em diferentes níveis, praticamente todas as mulheres registraram mudanças relevantes em sua vida material, embora um número importante entre elas se queixasse do valor insuficiente do auxílio (muitas o definiram como “uma ajuda”) para obter outras melhorias na vida e ganhar mais liberdade na escolha dos bens de consumo, e quase todas afirmassem preferir um trabalho regular.

De forma geral, a bolsa (cujos valores são periodicamente reajustados) é utilizada para comprar gêneros alimentícios básicos: arroz, farinha, feijão, macarrão, carne e leite. Mas à medida que as usuárias aprendem a planejar minimamente o uso do dinheiro, desenvolvem também a capacidade de fazer escolhas e passam a buscar opções capazes, por exemplo, de variar o cardápio familiar (“como optar por comer macarrão ou batata uma vez por semana”, ilustra Walquiria) e até a se permitir algumas “extravagâncias” impensáveis até então, como comprar bolachas e iogurtes para as crianças. Nesse processo em que se aprimoram no gerenciamento adequado dos recursos recebidos, acabam gradualmente por conseguir acesso a outros bens e confortos para a família.

 Para aqueles de quem a miséria extirpou qualquer chance de escolha, os avanços são notáveis.

Em Inhapi (AL), Dona Luisa, com 41 anos, mãe de oito filhos e avó de uma menina de 2 anos, conseguiu pintar a casa e comprar sofás e televisão com a bolsa de R$ 160,00 (valor em 2011) e mais algum dinheiro proveniente dos “bicos” do marido, ajudante de pedreiro, relata a pesquisa. Testemunhou com alegria a melhora que a bolsa trouxe a sua vida (ela e a família comiam melhor e de fato a vida melhorara bastante, contou) e revelou como conseguira se organizar para adquirir novos colchões. Economizara tostão por tostão, não contou para ninguém, e, de repente, comprou um colchão e depois, usando do mesmo procedimento, comprou os demais. Demonstrava muita satisfação com sua proeza e, principalmente, pelo fato de agora todos eles dormirem sobre “camas de verdade”. Os planos para o futuro incluíam a compra de uma geladeira.

“A casa e a aparência dessa família demonstravam pobreza, mas tinham tido um grande ganho na dignificação de suas vidas, que se manifestava nos gestos e modos de falar das melhorias da residência e da dieta alimentar. Disso se depreende que o Bolsa Família não se limita a sustentar as famílias que o recebem, mas dá a elas um certo fôlego que lhes estaria permitindo sair da sua atual situação de privação absoluta de bens”, analisa Walquiria.


BATOM E SEPARAÇÕES
O fato de o emblemático cartão amarelo do Bolsa Família estar em nome das mulheres é considerado positivamente pela quase totalidade delas. A clássica resposta sobre essa questão é a de que elas são melhores gestoras das finanças familiares e de que seus maridos normalmente são incapazes de fazer compras adequadas às necessidades familiares ou gastariam o dinheiro em bebidas. No entanto, muito mais que referendar essa justificativa, a decisão do governo em destinar o benefício do programa às mulheres (muitas passaram a dispor de uma renda fixa pela primeira vez) representou, para as destinatárias, a conquista de maior independência e segurança. Em sua maioria, afirmaram se sentir mais livres (ou “à vontade”, nas palavras delas) e menos angustiadas no que diz respeito à capacidade de adquirir bens primários para suas famílias. 

Quase nenhuma delas entrega o dinheiro para o marido.

“A gente fica mais independente quando coloca [o cartão] no nome da pessoa mesmo”, afirmou de forma positiva e entusiasmada Dona Neusa, 36 anos e mãe solteira de três filhos, moradora no bairro do Carvão, em Maragogi (AL). “É, [ela] fica com mais direito, né? Porque a gente vive com mais direito. Já que as mulheres não têm nada, não trabalham, aí elas têm esse direito, né?”, ressaltou Dona Maria, de 29 anos, casada, com uma enteada de 9 anos, também da mesma região. “Tá certo assim, pois a mulher é mais econômica que o homem”, resumiu Dona Rosangela, do bairro Anjo da Guarda, na periferia de São Luís do Maranhão.

O caráter liberatório da disponibilidade de renda monetária pode ser também aferido no aumento de autoestima e de autonomização na gestão das próprias vidas e destinos das mulheres ouvidas. Passou a existir espaço para cuidados antes proibitivos com a vaidade – ainda que a compra de um simples batom ou creme para cabelo fosse carregada de um injustificado sentimento de culpa por um “desvio” na finalidade do dinheiro recebido –, sentiram-se mais à vontade para tomar decisões sobre o próprio corpo – houve aumento no número de mulheres que procuram por métodos anticoncepcionais – e algumas poucas tomaram inclusive decisões morais difíceis, como conseguir desfazer casamentos infelizes, ainda mais em regiões onde é raro a mulher tomar a iniciativa de separações.

“A vida delas mudou porque o universo de escolhas se ampliou consideravelmente. E exercer o direito de escolha é uma questão fundamental para a democracia”, argumenta Walquiria. Com um orçamento da ordem de R$ 24 bilhões estimado para este ano e atendendo a um universo de 50 milhões de pessoas, o Bolsa Família e seus beneficiários são alvo de polêmicas que, na opinião de Walquiria, constituem um bom exemplo da repetição histórica do preconceito e da força dos estereótipos em relação aos pobres.

“Nos mais variados ambientes sociais eles são acusados de preferir viver do dinheiro da bolsa, em vez de trabalhar; de fazer filhos para ganhar mais dinheiro do Estado, entre outras. Essas acusações estereotipadas provêm, na maioria dos casos, de pessoas que não dispõem de informações a respeito do programa, como o valor da bolsa, por exemplo, que com certeza não poderia substituir um salário regular; ou sobre o fato de que as famílias recebem no máximo ajuda para três filhos, recentemente para mais dois em idade escolar e uma ajuda para dois adolescentes, entre 16 e 17 anos, enquanto os outros ficam excluídos; ou sobre o fato de que os beneficiários não dispõem de capacitações, pois em sua grande maioria são analfabetos ou pouco escolarizados; portanto, dificilmente conseguem emprego”, defende.

Controvérsias à parte, as mudanças na subjetividade das mulheres constatadas ao longo dos cinco anos da pesquisa convenceram Walquiria de que o Bolsa Família pode ser considerado como um longo processo, uma construção da identidade, que altera a subjetividade –, ainda que de forma incipiente e observada a ressalva de que o programa estaria apenas começando a alterar a forma como estes indivíduos se enxergam.

Conforme salienta, se a alimentação e outras conquistas no campo da subjetividade estão sendo asseguradas, por outro lado as famílias ainda carecem do acesso a demais direitos sociais básicos – assistência social, saúde e educação – associados à transferência do benefício estatal.

Para ela, contudo, o fato de ser ainda muito insuficiente como tal não permite ignorar suas possibilidades de se tornar uma consistente política de formação de cidadãos, se complementadas por um conjunto mais amplo de políticas que visem aos direitos garantidos na Constituição de 1988. 

Nesse sentido, destaca, o Bolsa Família começa 
pela mais preliminar de todas as prerrogativas da cidadania, 
porque diz respeito ao mais preliminar direito: o direito à vida.


Fendas de liberdade



O campo de atuação de Alessandro Pinzani é a filosofia política. Ele ocupa-se, em particular, das teorias da justiça social. O convite da professora Walquiria para participar da pesquisa deveu-se a esse interesse específico. Ao explicar em que aspectos o Bolsa Família, como objeto de pesquisa, tornou-se importante e trouxe contribuições para as suas investigações, ele observa que, em geral, os estudos de filosofia política no Brasil tendem a permanecer em certo nível de abstração.

Há exceções importantes, frisa, como os projetos de pesquisa social realizados pelo Cebrap ou pelo Centro Brasileiro de Pesquisas em Democracia de Porto Alegre, entre outros. A tendência, no entanto, é a de estudar modelos teóricos sem preocupar-se muito com sua aplicabilidade à realidade social, econômica e política brasileira.

Ainda de acordo com ele, os modelos contemporâneos mais pesquisados no Brasil – como a teoria da justiça como equidade, de Rawls, ou a teoria discursiva do Estado e do direito, de Habermas – partem de pressupostos que no país são dados só parcialmente. Em particular, pressupõe-se que todos os cidadãos tenham alcançado e ultrapassado um nível mínimo de qualidade de vida. “Mas a situação brasileira é diferente, com quase um terço da população que vive perto da linha da pobreza definida pelo FMI. Minha intenção era investigar o que isso significa para a elaboração de uma teoria da justiça mais preocupada com sua concreta aplicação em uma realidade social específica”, salienta Pinzani.

“Ao mesmo tempo, analisar os efeitos de um programa de transferência direta de renda monetária como o Bolsa Família, me ofereceu a possibilidade de estudar a relação entre dinheiro e autonomia individual, que já foi tematizada por Marx e Simmel, entre outros, e que me interessava desde que comecei a ocupar-me da teoria das capabilities de Amartya Sen e Martha Nussbaum”, complementa. Segundo ele, todos esses autores foram fundamentais para elaborar os fundamentos teóricos a partir dos quais foi possível interpretar os dados empíricos recolhidos na pesquisa de campo. Finalmente, era sua intenção voltar a um aspecto importante de uma tradição teórica, na qual ele afirma se reconhecer bastante: a Teoria Crítica.

“Os membros da chamada primeira geração de tal teoria, Adorno e Horkheimer, em primeiro lugar, acreditavam na importância de conjugar pesquisa empírica e teoria social e parece-me que esta visão seja ainda valiosa”, argumenta.

Em relação aos seus achados acerca dos impactos do programa na autonomia das beneficiárias, Pinzani faz questão inicialmente de ponderar que o conceito de autonomia é bastante complexo. Existem, em primeiro lugar, diferentes âmbitos, nos quais é possível falar em autonomia: moral, político, econômico. Em segundo lugar, autonomia é algo que se pode alcançar em diversos níveis. Não há necessariamente uma conexão entre o fato de possuir um alto nível de autonomia econômica, por exemplo, e o de possuir um alto nível de autonomia moral ou política.

“Em nossa pesquisa, partimos de uma definição mínima de autonomia, entendida como a capacidade de elaborar planos de vida e de atribuir direitos e deveres a si e aos outros. Tal definição se aplica aos três âmbitos anteriormente mencionados e deixa aberta a possibilidade de que o indivíduo alcance diferentes níveis de autonomia em cada um deles”, esclarece.

“Ao mesmo tempo, incluímos em nossa visão de autonomia a ideia, defendida em particular por Sen, de que a liberdade individual depende da existência de circunstâncias subjetivas e objetivas que aumentam ou diminuem as opções de ação e de formas de ser que os indivíduos consideram valiosas. Exemplos: a possibilidade de viver livre de doenças endêmicas, como a malária, implica na existência de políticas públicas dirigidas ao combate de tais doenças; a possibilidade de encontrar uma profissão que nos sustente depende da disponibilidade de trabalho na região na qual moramos.” Ao investigar se e em que medida um programa de renda monetária regular como o Bolsa Família contribuía para criar condições materiais capazes de permitir aos beneficiários desenvolver maior autonomia, os resultados coletados deixaram Pinzani moderadamente otimista: pode-se dizer que na vida das beneficiárias abriram fendas de liberdade.

“A experiência de uma renda monetária regular, além de libertá-las da necessidade imperiosa de satisfazer carências básicas, lhes permite certa autonomia em relação à planificação da vida delas e de suas famílias – não somente em sentido estritamente econômico, mas também no que diz respeito à saída de relações angustiantes de dependência pessoal, particularmente de dependência dos pais, dos maridos, dos irmãos ou cunhados, ou à esperança de uma vida melhor para seus filhos”, constata.

O pesquisador verificou que as beneficiárias passam a assumir uma maior responsabilidade com sua vida, a sentir-se mais “à vontade”, como afirmaram muitas delas nos depoimentos, passam a se perceber como pessoas reconhecidas pela sua comunidade, justamente por causa da regularidade da renda, que faz com que os comerciantes lhes concedam crédito, por exemplo.

“Sem esta possibilidade de planificar pelo menos minimamente sua vida, um ser humano se parece com um animal preocupado somente em caçar comida para si e para seus filhotes”, compara Pinzani.

“Neste sentido, na fala de algumas das mais desprovidas dessas mulheres, emerge a sensação de se ter alcançado somente agora uma realidade plenamente humana. Mas também as outras reconhecem que suas opções existenciais aumentaram significativamente – e isso pode ser lido como um aumento de sua autonomia moral.”


Trecho do livro

Em seguida nos dirigimos para a residência de Dona Madalena, agora com 35 anos. Encontramo-la “batendo feijão” na sua minúscula propriedade. Veio nos atender de modo sorridente, muito diferente do ano anterior, quando a encontramos lacônica, de semblante sombrio, tendo caído em prantos a certa altura da entrevista. Fotografamo-la juntamente com seus filhos, e neste momento ela fez questão de contar que no ano anterior a tínhamos encontrado num dos momentos mais difíceis de sua vida, pois queria se separar do marido. Agora, havia conseguido a separação e a vida havia melhorado muito. Perguntamos-lhe quanto estava recebendo pelo programa BF, e ela muito alegre nos disse: “Estou recebendo R$ 112 com esse pequeno aumento que teve”.

À pergunta sobre o que havia mudado na sua vida após seu ingresso no programa Bolsa Família, Madalena respondeu: “Adoro, porque eu não sei o que seria da minha vida sem ele, né? Ia ficar meio difícil, com três filhos. Acho ótimo, ótimo, porque se não fosse o Bolsa Família, eu não sei o que seria da família pobre”.

Do ponto de vista das mulheres entrevistadas, salta aos olhos seu desejo de garantir um futuro melhor a seus filhos. Pode-se dizer que é essa quase sua única esperança na vida: fazer deles pessoas menos destituídas de capacitações do que elas, enfim, equipá-los melhor para que busquem outro destino.

(Relato em Inhapi-AL, em 2007)

sábado, 25 de maio de 2013

Diretora do FMI elogia Brasil e chama Bolsa Família de "modelo para o mundo"


ECONOMIA - 25/11/2011 16h57 - Atualizado em 25/11/2011 16h58
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Christine Lagarde está com visita marcada pela América Latina e estará no Brasil nos dias 1º e 2 de dezembro

A francesa Christine Lagarde, chefe do FMI, em discurso no Conselho de Relações Exteriores, em Nova York (Foto: Richard Drew, AP Photo)

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que visitará o Brasil no início de dezembro, fez uma longa e elogiosa análise da situação econômica do país. Em texto publicado originalmente no blog da instituição, Lagarde afirma que o desenvolvimento social foi essencial para o progresso econômico do Brasil e de países da região, como México e Peru.

"Em países como Brasil e Peru, os indicadores de pobreza, desigualdade e desenvolvimento humano apresentaram melhoras notáveis na última década", afirmou Lagarde. A diretora-gerente do FMI citou o programa Bolsa Família como exemplo de sucesso. "Destaco os programas Bolsa Família no Brasil e Oportunidades no México, que conseguiram interromper a transmissão da pobreza de geração para geração e agora servem como modelos para o resto do mundo", afirmou.

A análise também contém um alerta: Os países da região precisam se fortalecer para enfrentar crises em outros blocos econômicos. "Neste mundo altamente interconectado, simplesmente não há onde se esconder. Portanto, os países da região devem tomar todas as precauções e providências necessárias. Devem continuar a reconstituir suas defesas econômicas e seguir políticas fiscais prudentes para criar espaço de manobra em caso de deterioração da situação econômica", afirmou. "Mas há que se ter cuidado: a consolidação fiscal não pode ocorrer à custa dos programas sociais nem dos investimentos necessários em educação ou infra-estrutura", disse Lagarde.

Segundo Lagarde, o Brasil ainda precisa se fortalecer. "Um dos principais desafios para o Brasil é aumentar a poupança interna para promover um crescimento mais forte e sustentado", afirmou.

A primeira escala de sua viagem à América Latina será o Peru, no dia 28 de novembro. Lagarde segue depois para o México, onde estará nos dias 29 e 30, e fica no Brasil nos dias 1º e 2 de dezembro. Esta será a primeira visita de Lagarde à região desde que ela tomou posse do cargo máximo do FMI, em julho, quando substituiu o também francês Dominique Strauss-Kahn. Lagarde assumiu o caro em julho.

Ex-ministra das Finanças da França, Lagarde concluiu recentemente uma viagem pela Ásia, onde visitou Rússia, Japão e China, além do estado americano do Havaí, onde participou da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Mortalidade infantil diminui 17% após Bolsa Família, diz pesquisa

noticias.terra

A taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos caiu 17% após a instituição do programa Bolsa Família, segundo uma pesquisa elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil. O estudo, feito entre 2004 e 2009, usou dados de quase três mil municípios brasileiros e foi publicado na revista The Lancet. Entre mortes específicas por algumas causas, a redução foi ainda maior: 65% óbitos a menos nos casos de desnutrição e 53% a menos nos casos de diarreia.


Segundo a pesquisa, o aumento da renda que é proporcionado pelo benefício permite que as famílias tenham acesso a alimentos e outros bens relacionados à saúde. Isso diminui a pobreza das famílias, melhora as condições de vida das pessoas, reduz as dificuldades de ter acesso à saúde e, por consequência, contribui para que diminua o número de mortes entre as crianças.


O estudo foi conduzido por Davide Rasella, mestre em saúde comunitária e doutor em saúde pública pela UFBA como parte do seu programa de doutorado. Ele teve a colaboração de vários pesquisadores, entre eles o coordenador do Centro Rio+ para o Desenvolvimento Sustentável, Romulo Paes-Sousa, PhD em epidemiologia ambiental pela Universidade de Londres e pesquisador associado do Institute of Development Studies da Universidade de Sussex, em Brighton, no Reino Unido.

sábado, 18 de maio de 2013

Alunos beneficiados pelo Bolsa Família no Norte e Nordeste têm aprovação maior que média brasileira

quinta-feira, 16 de maio de 2013

saraiva 

Estudantes beneficiados pelo programa governamental Bolsa Família nas regiões Norte e Nordeste têm rendimento melhor do que a média brasileira no ensino médio. A taxa de aprovação desses alunos é 82,3% no Norte e 82,7% no Nordeste, enquanto a taxa brasileira é 75,2%.

Os números são do cruzamento de dados de 2011 do MEC (Ministério da Educação) e do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) apresentados, nesta quinta-feira (16), pela ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, no 14º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

— Os mais pobres tiveram um desempenho melhor do que a média. Não só conseguimos garantir que essas crianças não saiam mais da escola, mas conseguimos garantir que elas consigam ir melhor na escola.

Ela atribui o rendimento ao fato de que os estudantes beneficiados pelo programa não podem ter uma taxa de frequência inferior a 85%. Para os demais alunos, a taxa é 75%.

— Além disso, esses estudantes são superestimulados, as famílias entendem que é um ganho muito grande.

No Brasil, esses estudantes também se destacam. A taxa de abandono escolar brasileira no ensino médio era 10,8% em 2011, mas entre os alunos beneficiados pelo Bolsa Família, a taxa foi 7,1%. A taxa de aprovação entre os beneficiados foi 79,9% em comparação à taxa nacional de 75,2%.

No ensino fundamental, estudantes beneficiados do Norte e Nordeste tiveram taxa de rendimento um pouco inferior à taxa nacional. No Norte, a taxa de aprovação dos beneficiados foi 84,4% em 2011 e 82% no Norte, em comparação à taxa nacional de 86,3%. No Brasil, a taxa geral de aprovação dos beneficiados foi 83,9%. O abandono nacional nessa etapa do ensino foi 3,2%. Entre os beneficiados, também foi inferior, 2,9%.

A ministra também apresentou dados que mostram a maior presença dos 20% mais pobres no sistema de ensino. Em 2001, 17,3% desses jovens com 16 anos tinham ensino fundamental completo. O número passou para 42,7% em 2011. No Brasil, em 2001 eram 43,8% e em 2011, 62,6%.

Entre os 20% mais pobres, os jovens de 15 a 17 anos na escola passaram de 71,1% dessa população em 2001 para 81,1%. No Brasil, a porcentagem passou de 81% para 83,7%. Já entre os 20% mais pobres de 15 a 17 anos no ensino médio, ou seja, com a idade adequada a essa etapa de ensino, a taxa passou de 13,6% para 35,9% em comparação à variação nacional de 37,4% para 51,7%. “Houve uma melhora no fluxo escolar e são os mais pobres que estão puxando esses indicadores para cima”, constata Tereza. No R7

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Saúde e educação são os principais êxitos do regime cubano

Estado garante educação até o nível superior e fornece amplo sistema da saúde.

01 de janeiro de 2009 | 5h 45


Os principais êxitos do regime implantado pela Revolução Cubana de 1959 estão na área social, onde a ilha apresenta indicadores superiores à maioria dos países do continente, incluindo aí os mais ricos.

Para muitos, apesar dos inúmeros problemas enfrentados pela população cubana, o maior sucesso da revolução liderada por Fidel Castro foi ter conseguido desenvolver uma poderosa rede de assistência social, que serviu para impedir que os 20% mais pobres da sociedade caíssem em uma situação de miséria e pobreza extrema.

Em Cuba, o Estado se encarrega dessas famílias, entregando-os dinheiro extra, alimentos, roupas e móveis.

Nos casos de pessoas com deficiências físicas ou mentais, o governo chega, inclusive, a pagar um salário para que elas recebam os cuidados necessários.
Medidas em benefício da parcela mais pobre da população cubana foram tomadas logos nos primeiros dias da revolução.

A reforma agrária, por exemplo, deu emprego a todos os camponeses do país. Alguns receberam terras, outros passaram a integrar cooperativas, e muitos se transformaram em trabalhadores de fazendas coletivas.

Já nas cidades, foi proibido o despejo de inquilinos e decretada a redução dos aluguéis. Finalmente, foi realizada uma reforma urbana que transformou 85% dos cubanos em proprietários de suas casas, uma realidade que se mantém até os dias atuais.


Educação
Não há no país nem mesmo meninos de rua. Os órfãos, filhos de pessoas com deficiências mentais ou de pessoas presas, vivem em instituições que lhes garantem alimentação, assistência médica e educação, incluindo os estudos superiores.

Mas eles não são exceção, já que 100% das crianças e adolescentes cubanos freqüentam a escola, que é obrigatória por nove anos e segue sem custar um centavo até o nível universitário, onde até mesmo os livros são gratuitos.

A lei cubana obriga os pais a enviarem seus filhos à escola. Se for considerado que este direito da criança foi violado, a pena para eles pode ser até mesmo a perda da guarda do menor e outras medidas judiciais.

Nenhuma criança fica de fora da rede educacional. Os cerca de 60 mil menores de idade com limitações físicas ou psíquicas da ilha freqüentam escolas especiais, onde, além de aulas, recebem tratamento fisioterápico e atendimento psicológico, uma combinação que permite com que eles desenvolvam ao máximo suas habilidades.


Saúde
É nestas escolas que se reúnem dois dos maiores sucessos da revolução cubana: a educação e a saúde pública.

Em relação a esta última, o regime de Fidel Castro desenvolveu um gigantesco sistema nacional de cobertura a todos os cidadãos, sem exceções de nenhum tipo.

O sistema de saúde de Cuba é composto por quatro níveis: o médico de família, que costuma viver a poucas quadras de seus pacientes; o clínico geral de bairro; os hospitais de zona e os institutos especializados.

Todo atendimento é gratuito, com exceção dos medicamentos, que são subsidiados pelo Estado.

Nenhuma doença fica de fora do sistema de saúde cubano, que oferece tratamentos a problemas que vão desde simples dores de cabeça a enfermidades relacionadas à Aids, passando por assistência odontológica e até mesmo cirurgias plásticas.

O resultado deste sistema de saúde tão amplo pode ser observado quando se comparam as estatísticas das Nações Unidas sobre esperança de vida. Cuba ocupa o terceiro lugar em todo continente americano, com expectativa de vida de 76 anos para os homens e 80 para mulheres.

Já em relação à mortalidade infantil, as estatísticas da ONU apontam que o índice de Cuba é de cinco mortes a cada 1.000 nascimentos, o que situa o país em um nível só comparável ao do Canadá no continente americano.


Ciclones
Da mesma forma que poucas pessoas morrem em Cuba por causa de doenças curáveis, o número de mortos pelos ciclones que atravessam o país todos os anos também é baixo.

O sistema de defesa civil criado pela revolução é capaz de evacuar milhões de cidadãos para lugares seguros antes da chegada das tempestades.

O ano de 2008 foi bastante ilustrativo neste sentido, quando três grandes ciclones atravessaram a ilha, destruindo meio milhão de casas, a maior parte das colheitas e derrubando centenas de torres do sistema elétrico. Apesar dos estragos, foram registradas apenas sete mortes.

Antes de 1959 e nos primeiros anos da revolução, os mortos eram contados às centenas e milhares cada vez que um desses fenômenos atingia o país. Isso sem contar as enormes perdas econômicas.

Agora, a Defesa Civil "toma o controle" dos territórios onde se prevê que as tempestades passarão. Dias antes da evacuação das áreas, as pessoas protegem seus animais e transportam alimentos, evitando mortes e salvando o que é possível.


Violência
Também são poucas as pessoas que morrem por causa da violência. Na verdade, a insegurança pública na ilha é ínfima.

Mesmo quando comparada aos países mais ricos da região, Cuba pode ser considerada uma das sociedades mais pacíficas do continente.

São raros os casos de assaltos com pistolas ou armas brancas. Os delitos mais comuns em Cuba são furtos de correntes, relógios ou de dinheiro.

Sem dúvida, este clima pacífico se deve à presença constante da polícia nas ruas. No entanto, alguns argumentam que os baixos níveis de violência também estão relacionados com o nível de educação da população, o acesso à saúde e ao controle da pobreza.

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Especuladores devem ser julgados por fome de 1 bilhão de pessoas, diz Ziegler



unisinos

O sociólogo suíço Jean Ziegler denunciou que a fome é um dos principais problemas da humanidade. O ex-relator especial para o Direito à Alimentação da Nações Unidas (ONU), afirmou que “85% dos alimentos de base negociados no mundo são controlados por 10 empresas, elas decidem cada dia quem vai morrer de fome e quem vai comer”.

A reportagem é de José Coutinho Júnior e publicado pelo portal do MST, 14-05-2013.

O sociólogo suíço Jean Ziegler, ex-relator especial para o Direito à Alimentação da Nações Unidas (ONU), denunciou que a fome é um dos principais problemas da humanidade, em um debate nesta segunda-feira (13/5) em São Paulo.

“O direito à alimentação é o direito fundamental mais brutalmente violado. A fome é o que mais mata no planeta. A cada ano, 70 milhões de pessoas morrem. Destas, 18 milhões morrem de fome. A cada 5 segundos, uma criança no mundo morre de fome”, disse Ziegler.

Na década de 1950, 60 milhões de pessoas passavam fome. Atualmente, mais de um bilhão. “O planeta nas condições atuais poderia alimentar 12 bilhões de pessoas, de acordo com estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Não há escassez de alimentos. O problema da fome é o acesso à alimentação. Portanto, quando uma criança morre de fome ela é assassinada”.

Ziegler afirma que é a primeira vez que a humanidade tem condições efetivas de atender às necessidades básicas de todos. Depois do fim da Guerra Fria, mais especificamente em 1991, a produção capitalista aumentou muito, chegando a dobrar em 2002. Ao mesmo tempo, essa produção seguiu um processo de monopolização das riquezas. Hoje, 52,8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial está nas mãos de empresas multinacionais.

A concentração da riqueza nas mãos de algumas empresas faz com que os capitalistas  tenham uma grande força política. “O poder político dessas empresas foge ao controle social. 85% dos alimentos de base negociados no mundo são controlados por 10 empresas. Elas decidem cada dia quem vai morrer de fome e quem vai comer”, diz Ziegler.

O sociólogo relatou que essas empresas seguem blindadas pela tese neoliberal de que o mercado não deve ser regulado pelo Estado.

“Na Guatemala, 63% da terra está concentrada em 1,6% dos produtores. A primeira reivindicação que fiz, após a missão, foi a realização da Reforma Agrária no país. Fui rechaçado, pois uma intervenção no mercado não é possível. Não havia sequer um cadastro de terras lá: quando os latifundiários querem aumentar suas terras, mandam pistoleiros atacar a população maia que vive ao redor”.


Especulação
A especulação financeira dos alimentos nas bolsas de valores é um dos principais fatores para o crescimento dos preços da cesta básica nos últimos dois anos, dificultando o acesso aos alimentos e causando a fome. De acordo com o Banco Mundial, 1,2 bilhão de pessoas encontram-se em extrema pobreza hoje, vivendo com menos de um dólar por dia. (ver outro artigo Como os bancos lucram com a fome do mundo)

“Quando o preço do alimento explode, essas pessoas não podem comprar. Apesar da especulação ser algo legal, permitido pela lei, isso é um crime. Os especuladores deveriam ser julgados num tribunal internacional por crime contra a humanidade”, denuncia Ziegler.

A política de agrocombustíveis, que, além de utilizar terras que poderiam produzir comida, transforma alimentos em combustível, é mais um agravante. “É inadmissível usar terras para fazer combustível em vez de alimentos em um mundo onde a cada cinco segundo uma pessoa morre de fome”.


Política da fome
Ziegler afirma que não se pode naturalizar a fome, que é uma produção humana, criada pela sociedade desigual no capitalismo. Prova disso são as diversas políticas agrícolas praticadas tanto por empresas e subsidiadas por instituições nacionais e internacionais.

O dumping agrícola consiste em subsidiar alimentos importados em detrimento dos alimentos produzidos internamente. De acordo com Ziegler, os mercados africanos podem comprar alimentos vindos da Europa a 1/3 do preço dos produtos africanos. Os camponeses africanos, dessa forma, não conseguem produzir para se sustentar.

Ziegler denunciou o “roubo de terras”, que é o aluguel ou compra de terras em um país por fundos privados e bancos internacionais, que ocorreu com mais de 202 mil hectares de áreas férteis na África, com crédito do Banco Mundial e de instituições financeiras da África.

Os camponeses, por conta desse processo, são expulsos das terras para favelas. Esse processo tem se intensificado uma vez que os preços dos alimentos aumentam com a especulação imobiliária.

O Banco Mundial justifica o roubo de terras com o argumento de que a produtividade do camponês africano é baixa até mesmo em um ano normal, com poucos problemas (o que raramente acontece).

Um hectare gera no máximo 600 kg por ano, enquanto que na Inglaterra ou Canadá, um hectare gera uma tonelada. Para o Banco Mundial, é mais razoável dar essa terra a uma multinacional capaz de investir capital e tecnologia e tirar o camponês de lá.

“Essa não é a solução. É preciso dar os meios de produção ao camponês africano. A irrigação é pouca, não há adubo animal ou mineral nem crédito agrícola, e a dívida externa dos países impedem que eles invistam na agricultura”, defende Ziegler.


Soluções
Segundo Ziegler, a única forma de mudar as políticas que perpetuam a fome é por meio da mobilização e pressão popular.

“Temos que pressionar deputados e políticos para mudar a lei, impedindo que a especulação de alimentos continue. Devemos exigir dos ministros de finanças na assembleia do Fundo Monetário Internacional que votem pelo fim das dívidas externas. Temos que nos mobilizar para impedir o uso de agrocombustíveis e acabar com o dumping agrícola”.

Ziegler afirma que a luta contra a fome é urgente, pois quem se encontra nessas condições não pode esperar. “Essa mobilização coletiva pode pressionar democraticamente e massivamente, por medidas que acabem com a fome. A consciência solidária deve movimentar a sociedade civil. A única coisa que nos separa das vítimas da fome é que elas tiveram o azar de nascer onde se passa fome”.

O ex-relator especial para o Direito à Alimentação da Nações Unidas (ONU) veio ao Brasil lançar o livro Destruição em Massa - Geopolítica da Fome (Editora Cortez) e participar da 6ª edição do Seminário Anual de Serviço Social, que aconteceu no Teatro da Universidade Católica (TUCA).

terça-feira, 14 de maio de 2013

Capitalismo corrompe valores morais

14/05/2013
 Redação do Diário da Saúde 

As conclusões estão de acordo com outros estudos que mostram que o dinheiro altera aquilo que consideramos ser justo.

Moralidade de mercado
Muitas pessoas expressam objeções contra o trabalho infantil, a exploração dos trabalhadores ou a produção de carne envolvendo crueldade contra os animais.
Ao mesmo tempo, porém, essas mesmas pessoas ignoram seus próprios padrões morais quando se defrontam com essas questões em um "ambiente de mercado" - quando estão comprando coisas, e fazem vista grossa para como os bens foram produzidos.

Mas como isso acontece?
É o que Armin Falk (Universidade de Bonn) e Nora Szech (Universidade de Bamberg) discutem na última edição da conceituada revista "Science".
Em comparação com as decisões não-mercantis do dia-a-dia, as normas morais são significativamente mais relaxadas quando as pessoas atuam na compra e na venda.

Nos mercados, as pessoas parecem simplesmente ignorar seus padrões morais individuais, afirmam os pesquisadores.


Vida ou dinheiro
Em uma série de diferentes experimentos, várias centenas de participantes foram confrontados com a decisão moral entre o recebimento de uma quantia monetária para matar um rato de laboratório que não era mais necessário para as pesquisas, contra salvar a vida do rato pagando o mesmo valor por isso.

O experimento não era virtual: os ratos de laboratório existiam realmente, e poderiam ser salvos e criados até o fim de suas vidas com o dinheiro pago pelos participantes. Como todos seriam mortos se o experimento não existisse, a ação resultou em vários animais cujas vidas foram salvas.

"Para estudar atitudes imorais, analisamos se as pessoas estão dispostas a prejudicar um terceiro em troca de recebimento de dinheiro. Prejudicar os outros de forma intencional e injustificada é normalmente considerado antiético," diz o professor Falk.

Um subgrupo dos participantes decidiu entre a vida e o dinheiro em um contexto de decisão não-mercantil, como uma consideração individual.
Esta situação foi comparada a duas condições de mercado - com um comprador e um vendedor (mercado bilateral) ou um número maior de compradores e vendedores (mercado multilateral), que poderiam negociar uns com os outros.
Se a oferta de mercado fosse aceita o negócio era concluído, resultando na morte de um rato.


Efeito manada
Em comparação com a condição individual, um número significativamente maior de voluntários mostrou-se disposto a aceitar a morte de um rato em ambas as condições de mercado.

"Nos mercados, as pessoas se defrontam com vários mecanismos que podem reduzir seus sentimentos de culpa e de responsabilidade," explica Nora Szech.
É o caso do conhecido argumento "Se eu não fizer, outro fará", que as pessoas usam também para aceitar empregos em empresas cujos mercados ou produtos resultam em danos às pessoas, como a indústria de armas ou de cigarros, por exemplo.

Em situações de mercado, as pessoas se concentram na concorrência e nos lucros, em vez de em suas preocupações morais. A culpa pode ser compartilhada com os outros negociadores, sejam compradores ou vendedores, aliviando a carga emocional e fazendo com que a pessoa tenha em vista apenas o benefício próprio.

Como justificativa, essas pessoas geralmente usam o argumento de que os outros também violam as normas morais.

Além disso, em mercados com muitos compradores e vendedores, os indivíduos podem justificar seu comportamento salientando que o impacto de sua ação nos resultados é insignificante.

"Essa lógica é uma característica geral dos mercados," diz o professor Falk, salientando que as desculpas ou justificativas sempre apelam para o ditado,

"Se eu não comprar ou vender agora, alguém o fará."

Passados dez anos, Fome Zero quintuplica investimento e serve de modelo para outros países

16.outubro.2011 14:58:09

blogs.estadão

Jair Stangler, do estadão.com.br
Em 16 de outubro de 2001, o então pré-candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva lançava no instituto Cidadania o Fome Zero. A princípio, o que era apenas um projeto, se transformaria, em 2003, em um programa de governo amparado por um ministério, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e mais tarde passaria a ser uma das marcas do governo Lula. O Fome Zero, segundo levantamento do ministério, recebeu aumento de investimento todos os anos, mas a principal bandeira do programa é a redução de pessoas em situação de insegurança alimentar grave (quando há situação de fome) – em 2004 eram 14,8 milhões de pessoas e, em 2009, 11,2 milhões (5,8% da população).

O principal cartão de visita do programa é a redução do número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave. Em 2004, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (PNAD) divulgada pelo IBGE, eram 14,8 milhões de pessoas nessa situação em 2004 (ou 7% da população). Em 2009, esse número caiu para 11,2 milhões (5,8% da população). A mesma pesquisa, usada pelo MDS para aferir a eficácia de suas políticas, mostra que o Brasil tinha 65% da população em situação de segurança alimentar em 2004 – número que passou para 69,8% em 2009. Além disso, o número da insegurança alimentar moderada também caiu de 9,9% para 8,6%. Houve, no entanto, um pequeno aumento, na insegurança moderada leve – que passou de 18% para 18,7%.

De acordo com o IBGE, insegurança alimentar leve é ‘alguma preocupação com a quantidade de alimentos no futuro’; a insegurança alimentar moderada acontece é identificada quando os moradores conviveram (nos três meses anteriores a pesquisa) com restrição quantitativa; e insegurança alimentar grave é quando também as crianças passaram por privação de alimentos, chegando a fome.

Em todos esses anos, houve aumento do investimento em relação ao ano anterior. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, os recursos do Ministério envolvendo transferência de renda, assistência social e segurança alimentar cresceram substancialmente no período.
Em 2002, foram investidos R$ 8,5 bilhões.
Em 2003, R$ 12,1 bi e em 2004, R$ 15,2 bi; já em 2011 o investimento será de R$ 43 bilhões e estão previstos R$ 54,4 bilhões para 2012. Sob a rúbrica Fome Zero, aparecem executados em 2010 R$ 19,5 bi – em 2005, foram executados R$ 11,9 bi. A comparação com 2002 e 2003, quando a pasta ainda não havia sido criada, foi feita levando-se em conta projetos semelhantes aos desenvolvidos no ministério.


Reconhecimento internacional.

Em função desta efetiva redução, o Fome Zero vem recebendo cada vez maior reconhecimento internacional. Apenas nesta semana, o Brasil recebeu duas distinções internacionais pelo empenho na luta contra a fome. A ONG ActionAid mostrou o Brasil como o País melhor preparado para o combate à fome de uma lista de 28 em em desenvolvimento – Malawi e Ruandão estão em 2º e 3º e Congo e Paquistão ocupam as últimas posições. O segundo (World Food Prize) foi entregue ao ex-presidente Lula, nos EUA, por seus esforços para acabar com a fome.

Ao receber o prêmio, Lula lembrou que a ideia do Fome Zero é anterior até mesmo ao lançamento do projeto, em 2001. “Não partíamos do nada, pois em 1992, no Instituto da Cidadania, formulamos uma proposta de política de segurança alimentar, que foi entregue ao então presidente da República, Itamar Franco. A proposta incluía a criação de um Conselho de Segurança Alimentar, o Consea, órgão diretamente ligado à Presidência da República. Hoje, o Consea é um instrumento de política de Estado e, ao mesmo tempo, o fórum onde se debatem as grandes questões a respeito da desnutrição e da fome no Brasil”, relatou.

Segundo o ex-presidente, o grande mérito do Fome Zero foi ter transformado o combate à fome em política de Estado. “A fome era tratada apenas como uma questão social. Tínhamos de ir mais longe. Para isso, colocamos o combate à insegurança alimentar no topo das prioridades do governo e criamos uma política pública para travar esse combate”, declarou. “Eu sabia que a fome é um produto do subdesenvolvimento e uma maneira de manter suas vítimas longe da cidadania, expostas à manipulação de políticos e governantes”, acrescentou.

Ainda segundo ele, o lançamento do Bolsa Família, em outubro de 2003, ampliou a ação do governo e que o objetivo da da criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome, no final de 2004, era coordenar todos os programas sociais abrigados sob o guarda-chuva do Fome Zero. Lula ponutou ainda que “o Fome Zero é um conjunto de trinta programas complementares. Ele expressa o compromisso do governo brasileiro em superar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015. A erradicação da fome e da pobreza é uma dessas metas, que abrangem também distribuição e geração de renda, educação, saúde, meio ambiente e igualdade de gênero”, explicou Lula no evento.


Fome Zero tipo ‘exportação’.
Lula tem evitado usar o termo e até rechaça que a ideia seja exportar o Fome Zero. Mas o fato é que, desde que deixou a Presidência, Lula vem defendendo a ideia de usar a experiência do Brasil em outros países em desenvolvimento. “O Brasil quer transferir esse conhecimento para os países irmãos e cooperar de forma solidária – sem cobrar contrapartidas, como convém a um país que defende o multilateralismo. Não se trata de ensinar uma fórmula pronta, mas acredito na possibilidade de partilhar nossa experiência, multiplicando os esforços na luta contra a fome”, declarou. “Os números não mentem: cerca de 2 bilhões de pessoas sofrem de algum tipo de carência de nutrientes e cerca de um bilhão de pessoas passam fome todos os dias, segundo a Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas”, acrescentou.

O próprio Ministério do Desenvolvimento Social, listou alguns exemplos de parcerias que estão sendo desenvolvidas com outros países. Segundo o MDS, o seminário “Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural”, realizado em 2010, resultou em 10 projetos de cooperação em Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) entre o Brasil e países africanos. Em 2007, O MDS assinou com o Ministério da Mulher e Desenvolvimento Social do Peru (MIMDES), o projeto “Gestão Descentralizada dos Programas Sociais”. Outro exemplo dado pelo ministério foi o projeto realizado em parceria com Gana, em 2007, para apoiar o desenho do programa de transferência de renda daquele País.


Brasil sem Miséria.
A presidente Dilma Rousseff ao assumir a Presidência da República ponutou que a erradicação da miséria seria um dos seus principais objetivos e lançou, em meados de junho, o programa Brasil Sem Miséria. Destinado a melhorar a vida de 16,2 milhões de pessoas que vivem em casas em que a renda mensal é de até R$ 70 per capita, o programa é um pacote que junta intenções do governo, projetos que não saíram do papel no governo Lula e reafirmações de compromissos da presidente na área social. Por meio de um conjunto de medidas provisórias e decretos, o governo criou uma Bolsa Verde de R$ 300 por trimestre entregues para cerca de 70 mil famílias que vivem em áreas de floresta e incluiu outros milhares de beneficiários no Bolsa Família. A meta era localizar os 16,2 milhões de brasileiros que, segundo o IBGE, vivem em estado de extrema pobreza.

Como os bancos lucram com a fome do mundo

segunda-feira, 13 de maio de 2013

 

 
Jornal do Brasil - Mauro Santayana via Blog do Saraiva
 
A insuspeita Fundação Gates divulgou interessante estudo sobre o controle dos preços dos alimentos pelos bancos, por intermédio dos fundos especulativos (hedge). Da mesma forma que os bancos atuam no mercado derivativo com as primes do mercado imobiliário, fazem-no com os estoques de alimentos, o que aumenta espantosamente os preços da comida, sem que os produtores se beneficiem. Um exemplo, citado pelo estudo, que tem o título sugestivo de People die from hunger while banks make a killing on food — as pessoas morrem de fome, enquanto os bancos se enriquecem de repente, especulando com os alimentos.     
 
Como exemplo, o estudo cita o Fundo Armajaro, da Grã-Bretanha, que comprou 240 mil toneladas de cacau (7% da produção mundial) e as reteve até obter o maior preço da mercadoria nos últimos 33 anos. “Os preços do trigo, do milho e do arroz têm subido significativamente, mas isso nada tem a ver com os níveis de estoque ou das colheitas e, sim, com os traders, que controlam as informações e especulam no mercado” — conforme Olivier de Schutter, relator das Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação.      
 
Os neoliberais sempre usam o argumento canalha de que o único caminho rumo ao enriquecimento geral e à igualdade é a do mercado sem  nenhum controle do Estado, dentro da fórmula de Mme. Thatcher: o pobre que quiser viver melhor, que se vire.  A senhora Francine Mestrum, em seu estudo, contradiz a falácia: “Em primeiro lugar, a transferência direta de recursos, que Lula iniciou no Brasil, provou ser efetiva ajuda direta aos extremamente pobres para irem adiante, em busca de empregos; ou para criarem seu próprio emprego; para melhorarem os padrões de saúde e reduzir o trabalho infantil. Este é o principal argumento para o desenvolvimento desses sistemas, e o próprio Banco Mundial os endossa”. 
 
Como sabemos, são vários os países em desenvolvimento que adotaram iniciativas semelhantes. Enquanto a Alemanha obriga os países europeus a cortarem até o osso seus orçamentos sociais — deixando como saldo  o aumento espantoso do número de suicídios ou das pessoas mortas por falta de assistência médica do Estado e, a cada dia, mais trabalhadores  obrigados a buscar, na lata de lixo, o que comer —  os bancos continuam acumulando, e de forma criminosa, dinheiro e poder como nunca. 
 
O HSBC mundial, que ganhou do governo FHC o Banco Bamerindus, e que tem no Brasil o seu terceiro mercado mais lucrativo do mundo, teve que pagar quase 2 bilhões de dólares de multa, em acordo feito com o governo norte-americano, por ter, comprovadamente, lavado dinheiro do tráfico de drogas. Como se sabe, mesmo depois de ter pedido desculpas públicas pelo crime, o HSBC foi acusado, em março deste ano, de lavagem de dinheiro, evasão fiscal e remessa ilegal de recursos ao exterior pelas autoridades do governo argentino. 
 
Enquanto menos de um por cento dos seres humanos controlar, mediante sua riqueza, toda a população do mundo, 
a igualdade irá sendo empurrada cada vez mais para o futuro, 
e serão considerados nutridos os que ganharem cinco reais ao dia.  
  
Em 1973, quando o Muro de Berlim ainda dividia o mundo em dois blocos econômicos e políticos, o então presidente do Banco Mundial, Robert McNamara, disse que todas as nações deviam esforçar-se para acabar com a pobreza absoluta — que só existia nos países subdesenvolvidos — antes do novo milênio. Naquele momento os países ocidentais ainda davam alguma importância à política de bem-estar social, não só como um alento à esperança de paz dos povos mas, também, como uma espécie de dique de contenção contra o avanço do socialismo nos países do Terceiro Mundo. A Guerra do Vietnã,  com seu resultado desastroso para os Estados Unidos, levou Washington a simular sua boa vontade para com os povos pobres. Daí o pronunciamento de McNamara.
 
O novo milênio não trouxe o fim  da miséria absoluta, embora tivesse havido sensível redução — mais em consequência do desenvolvimento tecnológico, com o aumento da produtividade de alimentos e bens de consumo primário, do que pela vontade política dos governos.
 
Na passagem do século, marcada pelo desabamento das Torres Gêmeas, o FMI, o Banco Mundial — e a própria ONU — reduziram suas expectativas, prevendo, para 2015, a redução da pobreza absoluta à metade dos índices registrados em  1990. Em termos gerais, essa meta foi atingida cinco anos antes, em 2010. 
 
A extrema pobreza, que atingia 41,7% da população mundial em 90, caiu para 22% em 2008 
— graças à fantástica contribuição da China e da Índia, 
conforme adverte Francine Mestrum, socióloga belga, em recente estudo sobre o tema.
 
Por outro lado, o número absoluto de pobres na África Negra dobrou no mesmo período. A China que, pelo número dos beneficiados, puxou o trem contra a desigualdade, já chegou a um ponto de saturação. Com o seu crescimento reduzido, como se espera, a China levará muitos decênios para baixar o número de seus pobres absolutos à metade.
 
Considera-se alguém absolutamente pobre quando tem a renda per capita inferior a US$ 1,25 por dia: mais ou menos R$ 2,50, ou seja, 75 reais ao mês. Esse critério é, no mínimo, cínico. É possível viver com esse dinheiro? Há quem possa: os trabalhadores das multinacionais nas tecelagens e confecções de Bangladesh e de outros países da Ásia do Sul não chegam a ganhar cinco reais ao dia.
 
O governo de Bangladesh, em seu portal, declara ser o país “de portas abertas“ (open door), com todas as garantias e vantagens legais aos investidores, principalmente nas zonas especiais de produção para exportação (Export processing zones). Em Bangladesh a privatização de empresas públicas chegou à perfeição, e a miséria dos trabalhadores, também — conforme a meta do neoliberalismo.
 
Só há uma saída para o impasse: a mobilização política dos cidadãos de cada país do mundo, em uma organização partidária e ideológica nítida em seus princípios e objetivos e em sua ação coerente, a fim de colocar coleiras nos banqueiros. E será sempre salutar ver um banqueiro na cadeia, como está ocorrendo, menos do que é necessário, nos Estados Unidos.

domingo, 12 de maio de 2013

Mais mentiras evangélicas II

Mais uma postagem mentirosa equivocada e cheia de erros ...

Dessa vez atacam o Estatuto da Diversidade Sexual, que diz:

I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º - O presente Estatuto da Diversidade Sexual visa a promover a inclusão
de todos, combater a discriminação e a intolerância por orientação sexual ou
identidade de gênero e criminalizar a homofobia, de modo a garantir a
efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos individuais,
coletivos e difusos.
Art. 2º - É reconhecida igual dignidade jurídica a heterossexuais,
homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros,
intersexuais, individualmente, em comunhão e nas relações sociais,
respeitadas as diferentes formas de conduzirem suas vidas, de acordo com sua
orientação sexual ou identidade de gênero.
Art. 3º - É dever do Estado e da sociedade garantir a todos o pleno exercício da
cidadania, a igualdade de oportunidades e o direito à participação na
comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
empresariais, educacionais, culturais e esportivas.



mas vejamos como eles "entendem" o Estatuto.

Legitimação da PEDOFILIA e outras anormalidades sexuais:
Título III, Art. 5º § 1º – É indevida a ingerência estatal, familiar ou social para coibir alguém de viver a plenitude de suas relações afetivas e sexuais.
Sob essa lei, a família nada poderá fazer para inibir um problema sexual nos filhos. A sociedade nada poderá fazer. E autoridades governamentais que ainda restarem com um mínimo de bom senso estarão igualmente impedidas de “interferir”.


 
Desde quando orientação sexual inclui pedofilia?

A orientação sexual de uma pessoa indica por quais gêneros ela sente-se atraída, seja física, romântica e/ou emocionalmente.1 2 Ela pode ser assexual (nenhuma atracção sexual), bissexual (atracção pelos gêneros masculino e feminino), heterossexual (atracção pelo gênero oposto), homossexual (atracção pelo mesmo gênero)3 ou pansexual (atracção independente do gênero).4


A pedofilia (também chamada de paedophilia erotica ou pedosexualidade) é a perversão sexual,1 na qual a atração sexual de um indivíduo adulto ou adolescente está dirigida primariamente para crianças pré-púberes2 3 (ou seja, antes da idade em que a criança entra na puberdade) ou no início da puberdade.4 A palavra pedofilia vem do grego παιδοφιλια (paidophilia) onde παις (pais, "criança") e φιλια (philia, "amizade", "afinidade", "amor", "afeição", "atração", "atração ou afinidade patológica" ou "tendência patológica", segundo o Dicionário Aurélio).

 mas vamos em frente .


Retirar o termo PAI E MÃE dos documentos:
Título VI, Art. 32 – Nos registros de nascimento e em todos os demais documentos identificatórios, tais como carteira de identidade, título de eleitor, passaporte, carteira de habilitação, não haverá menção às expressões “pai” e “mãe”, que devem ser substituídas por “filiação”. Essa lei visa beneficiar diretamente os ajuntamentos homossexuais desfigurados tratados como família. Para que as crianças se acostumem com “papai e papai” ou “mamãe e mamãe”, é preciso eliminar da mente delas o normal: “papai e mamãe”.


 
Qual é o problema de constar "filiação"? - é normal também constar nos documentos "pai desconhecido" porque o machão deu no pé, sumiu, e nunca reconheceu o filho - é certo isso? 


No Estatuto encontramos:
"Art. 22 - O exercício dos direitos decorrentes do poder familiar não pode ser
limitado ou excluído em face da orientação sexual ou da identidade de gênero.
Art. 23 - Não pode ser negada a habilitação individual ou conjunta à adoção de
crianças e adolescentes, em igualdade de condições, em decorrência da
orientação sexual ou identidade de gênero dos candidatos."


e porque deveria se excluidos os homossexuais disso? se eles recolhem para criar filhos de héteros  que foram rejeitados por algum motivo?



Começar aos 14 anos os preparativos para a cirurgia de mudança de sexo aos 18 anos (pode começar com hormônios sexuais para preparar o corpo):

Título VII, Art. 37 – Havendo indicação terapêutica por equipe médica e multidisciplinar de hormonoterapia e de procedimentos complementares não-cirúrgicos, a adequação à identidade de gênero poderá iniciar-se a partir dos 14 anos de idade.
Título VII, Art. 38 - As cirurgias de redesignação sexual podem ser realizadas somente a partir dos 18 anos de idade.

Cirurgias de mudança de sexo nos hospitais particulares e no SUS:
Título VII, Art. 35 – É assegurado acesso aos procedimentos médicos, cirúrgicos e psicológicos destinados à adequação do sexo morfológico à identidade de gênero.
Parágrafo único R 11; É garantida a realização dos procedimentos de hormonoterapia e transgenitalização particular ou pelo Sistema Único de Saúde – SUS.


diz o Estatuto:
VII - DIREITO À IDENTIDADE DE GÊNERO
Art. 33 - Transexuais, travestis, transgêneros e intersexuais têm direito à livre
expressão de sua identidade de gênero.
Art. 34 - É indispensável a capacitação em recursos humanos dos profissionais
da área de saúde para acolher transexuais, travestis, transgêneros e
intersexuais em suas necessidades e especificidades.
Art. 35 - É assegurado acesso aos procedimentos médicos, cirúrgicos e
psicológicos destinados à adequação do sexo morfológico à identidade de
gênero.


mas os mal intencionados e cheios de mé fé deturpam tudo, e não explicam (por motivos bem óbvios e se aproveitando da ignorância geral) o que significa um Trânsgenero e sobre  intersexualidade - "que é qualquer variação de caracteres sexuais incluindo cromossomos, gônadas e / ou órgãos genitais que dificultam a identificação de um indivíduo como totalmente feminino ou masculino. Sendo que Um em cada 100 nascimentos possui algum nível de ambiguidade sexual e entre um e dois em cada 1.000 nascimentos essa ambiguidade é tal que precisa de cirurgia para diferenciação de gênero".6 2 (fonte)


"Em associação ao desenvolvimento anatómico típico masculino ou feminino, existem alguns casos atípicos “intermédios” que podem tornar difícil a determinação do sexo do recém-nascido. Hoje, estes casos estão habitualmente sumarizados sob o tema de intersexualidade. Alguns deles mostram, sob inspecção mais próxima, uma clara preponderância de masculinidade ou feminilidade facilitando assim encontrar uma solução apropriada. Contudo, ocasionalmente o problema torna-se tão complicado que requer longas deliberações e consultas envolvendo escolhas éticas complicadas. Estas escolhas confrontam não só os especialistas como médicos e psicólogos mas também os pais e, eventualmente, a criança em crescimento, adolescente ou também adulto. Assim, recentemente muitos adulto intersexuais começaram a organizar-se e a manifestar a sua frustração com as escolhas que foram feitas para eles na sua infância por médios bem intencionados mas pouco conhecedores. Esta crítica crescente à prática médica tradicional também engloba a crítica a toda a nossa tradição sociocultural que insiste numa divisão clara entre sexos e com pouca tolerância para com tudo o que existe “no intermédio”. (clique aqui para ler um ótimo texto explicativo).


Uso de banheiros e vestiários de acordo com a sua opção sexual do dia: (?)

Título VII, Art. 45 – Em todos os espaços públicos e abertos ao público é assegurado o uso das dependências e instalações correspondentes à identidade de gênero. 


  Qual opção sexual do dia? é isso que está escrito no Estatuto que ela mesmo postou?



Não é permitido deixar de ser homossexual com ajuda de profissionais nem por vontade própria:Título VII, Art. 53 – É proibido o oferecimento de tratamento de reversão da orientação sexual ou identidade de gênero, bem como fazer promessas de cura.
O Kit Gay será desnecessário, pois será dever do professor sempre abordar a diversidade sexual e consequentemente estimular a prática:


 Quantas milhares de vezes será necessário repetir que não se reverte de uma orientação sexual para outra? e que se alguém diz que se "curou" é mentira?

Quantas milhares de vezes vamos ter que repetir que:
As principais organizações mundiais de saúde, incluindo muitas de psicologia, não mais consideram a homossexualidade uma doença, distúrbio ou perversão. Desde 1973 a homossexualidade deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento, deixando de considerar a homossexualidade uma doença.20 No Brasil, em 1984, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) posicionou-se contra a discriminação e considerou a homossexualidade como algo não prejudicial à sociedade.21 Em 1985, a ABP foi seguida pelo Conselho Federal de Psicologia, que deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e, em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em relação às questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e/ou cura da homossexualidade.22 23 No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde (sigla OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de Doenças (sigla CID).23 20 Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos.23
 (fonte

E seria interessante ler todo o texto e ler tbm os likns para saber direitinho sobre o que se trata, e que está longe do que Malafaias e Felicianos afirmam.



Título X, Art. 60 – Os profissionais da educação têm o dever de abordar as questões de gênero e sexualidade sob a ótica da diversidade sexual, visando superar toda forma de discriminação, fazendo uso de material didático e metodologias que proponham a eliminação da homofobia e do preconceito.
Contos infantis que apresentem casais heterossexuais devem ser banidos se também não apresentarem duplas homossexuais travestidas de “casais:

 Título X, Art. 61 – Os estabelecimentos de ensino devem adotar materiais didáticos que não reforcem a discriminação com base na orientação sexual ou identidade de gênero.
As escolas não podem incentivar a comemoração do Dia dos Pais e das Mães:

 Título X, Art. 62 – Ao programarem atividades escolares referentes a datas comemorativas, as escolas devem atentar à multiplicidade de formações familiares, de modo a evitar qualquer constrangimento dos alunos filhos de famílias homoafetivas.


o Texto do Estatuto diz:

X - DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 59 - Os estabelecimentos de ensino devem coibir, no ambiente escolar,
situações que visem intimidar, ameaçar, constranger, ofender, castigar,
submeter, ridicularizar, difamar, injuriar, caluniar ou expor aluno a
constrangimento físico ou moral, em decorrência de sua orientação sexual ou
identidade de gênero.
Art. 60 - Os profissionais da educação têm o dever de abordar as questões de
gênero e sexualidade sob a ótica da diversidade sexual, visando superar toda
forma de discriminação, fazendo uso de material didático e metodologias que
proponham a eliminação da homofobia e do preconceito.
Art. 61 - Os estabelecimentos de ensino devem adotar materiais didáticos que
não reforcem a discriminação com base na orientação sexual ou identidade de
gênero.


Nem carece escrever mais nada até onde vai a má fé dessa gente ... eles acusam programas contra discriminação pelo simples fato de gostarem e de necessitarem continuar discriminando e ofendendo e humilhando - só pode ser isso... Bolsonaro e seu parceiro-irmão Feliciano que o digam.


Cotas nos concursos públicos para homossexuais assim como já existem para negros no RJ, MS e PR e cotas em empresas privadas com já existe para deficientes físicos:

Título XI, Art. 73 – A administração pública assegurará igualdade de oportunidades no mercado de trabalho a travestis e transexuais, transgêneros e intersexuais, atentando ao princípio da proporcionalidade.
Parágrafo único – Serão criados mecanismos de incentivo a à adoção de medidas similares nas empresas e organizações privadas.


Igualdade de oportunidade é igual a cotas? Eu queria saber se o povo evangélico ia gostar de ser discriminado quando fosse pedir uma vaga de emprego por causa de sua religião, mas eles tem uma Lei que os protege (colocada abaixo na íntegra) mas não suportam que outros tambem sejam protegidos por leis, e chamam essas Leis que visam coibir  a homofobia de "ditadura gay" - só sendo muito demente para pensar assim


 
Casos de pedofilia homossexual irão correr em segredo de justiça:

Título XIII, Art. 80 – As demandas que tenham por objeto os direitos decorrentes da orientação sexual ou identidade de gênero devem tramitar em segredo de justiça.


E eles insistem em relacionar homossexualidade com pedofilia, o que rigorosamente não tem relação alguma, os pedófilos em esmagadora maioria são héteros, os abusos acontecem dentro de casa por pais, avôs, tios irmãos mais velhos e amigos HÉTEROS - O INCESTO É UM DIREITO PATERNO - leiam o texto do link.

 Censura a piadas sobre gays:

Título XIV, Art. 93 – Os meios de comunicação não podem fazer qualquer referência de caráter preconceituoso ou discriminatório em face da orientação sexual ou identidade de gênero.


ué - evangélico gosta quando aparece um personagem evangélico bizarro ?
claro que não! gritam reclamam - fazem um fuá, mas fazer o mesmo com  homossexuais pode porque? Uma lei para si mesmos 




Mensagem de veto Vide Lei n� 12.735, de 2012
Texto compilado
Define os crimes resultantes de preconceito de ra�a ou de cor.

        O PRESIDENTE DA REP�BLICA, fa�o saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:        

        Art. 1� Ser�o punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de preconceitos de ra�a ou de cor.
        Art. 1� Ser�o punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discrimina��o ou preconceito de ra�a, cor, etnia, religi�o ou proced�ncia nacional. (Reda��o dada pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        Art. 2� (Vetado).
        Art. 3� Impedir ou obstar o acesso de algu�m, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administra��o Direta ou Indireta, bem como das concession�rias de servi�os p�blicos.
 
Par�grafo �nico.  Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina��o de ra�a, cor, etnia, religi�o ou proced�ncia nacional, obstar a promo��o funcional. (Inclu�do pela Lei n� 12.288, de 2010)

        Pena: reclus�o de dois a cinco anos.
        Art. 4� Negar ou obstar emprego em empresa privada. 
        � 1o  Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina��o de ra�a ou de cor ou pr�ticas resultantes do preconceito de descend�ncia ou origem nacional ou �tnica: (Inclu�do pela Lei n� 12.288, de 2010)
        I - deixar de conceder os equipamentos necess�rios ao empregado em igualdade de condi��es com os demais trabalhadores; (Inclu�do pela Lei n� 12.288, de 2010)
        II - impedir a ascens�o funcional do empregado ou obstar outra forma de benef�cio profissional; (Inclu�do pela Lei n� 12.288, de 2010)
        III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao sal�rio. (Inclu�do pela Lei n� 12.288, de 2010)
        � 2o  Ficar� sujeito �s penas de multa e de presta��o de servi�os � comunidade, incluindo atividades de promo��o da igualdade racial, quem, em an�ncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de apar�ncia pr�prios de ra�a ou etnia para emprego cujas atividades n�o justifiquem essas exig�ncias.
        Pena: reclus�o de dois a cinco anos.
        Art. 5� Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
        Pena: reclus�o de um a tr�s anos.
        Art. 6� Recusar, negar ou impedir a inscri��o ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino p�blico ou privado de qualquer grau.
        Pena: reclus�o de tr�s a cinco anos.
        Par�grafo �nico. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena � agravada de 1/3 (um ter�o).
        Art. 7� Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pens�o, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
        Pena: reclus�o de tr�s a cinco anos.
        Art. 8� Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao p�blico.
    Pena: reclus�o de um a tr�s anos.
        Art. 9� Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de divers�es, ou clubes sociais abertos ao p�blico.
        Pena: reclus�o de um a tr�s anos.
        Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em sal�es de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.
        Pena: reclus�o de um a tr�s anos.
        Art. 11. Impedir o acesso �s entradas sociais em edif�cios p�blicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
        Pena: reclus�o de um a tr�s anos.
        Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes p�blicos, como avi�es, navios barcas, barcos, �nibus, trens, metr� ou qualquer outro meio de transporte concedido.
        Pena: reclus�o de um a tr�s anos.
        Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de algu�m ao servi�o em qualquer ramo das For�as Armadas.
        Pena: reclus�o de dois a quatro anos.
        Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou conviv�ncia familiar e social.
        Pena: reclus�o de dois a quatro anos.
        Art. 15. (Vetado).
        Art. 16. Constitui efeito da condena��o a perda do cargo ou fun��o p�blica, para o servidor p�blico, e a suspens�o do funcionamento do estabelecimento particular por prazo n�o superior a tr�s meses.
        Art. 17. (Vetado).
        Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei n�o s�o autom�ticos, devendo ser motivadamente declarados na senten�a.
        Art. 19. (Vetado).
        Art. 20. Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunica��o social ou por publica��o de qualquer natureza, a discrimina��o ou preconceito de ra�a, por religi�o, etnia ou proced�ncia nacional. (Artigo inclu�do pela Lei n� 8.081, de 21.9.1990)
        Pena: reclus�o de dois a cinco anos.
       
� 1� Incorre na mesma pena quem fabricar, comercializar, distribuir ou veicular s�mbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz su�stica ou gamada, para fins de divulga��o do nazismo. (Par�grafo inclu�do pela Lei n� 8.882, de 3.6.1994)
        � 2� Poder� o juiz determinar, ouvido o Minist�rio P�blico ou a pedido deste, ainda antes do inqu�rito policial, sob pena de desobedi�ncia:(Par�grafo renumerado pela Lei n� 8.882, de 3.6.1994)
        I - o recolhimento imediato ou a busca e apreens�o dos exemplares do material respectivo;
        II - a cessa��o das respectivas transmiss�es radiof�nicas ou televisivas.
        � 3� Constitui efeito da condena��o, ap�s o tr�nsito em julgado da decis�o, a destrui��o do material apreendido.
(Par�grafo renumerado pela Lei n� 8.882, de 3.6.1994)        
        Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discrimina��o ou preconceito de ra�a, cor, etnia, religi�o ou proced�ncia nacional. (Reda��o dada pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        Pena: reclus�o de um a tr�s anos e multa.(Reda��o dada pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        � 1� Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular s�mbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz su�stica ou gamada, para fins de divulga��o do nazismo. (Reda��o dada pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        Pena: reclus�o de dois a cinco anos e multa.(Inclu�do pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        � 2� Se qualquer dos crimes previstos no caput � cometido por interm�dio dos meios de comunica��o social ou publica��o de qualquer natureza: (Reda��o dada pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        Pena: reclus�o de dois a cinco anos e multa.(Inclu�do pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        � 3� No caso do par�grafo anterior, o juiz poder� determinar, ouvido o Minist�rio P�blico ou a pedido deste, ainda antes do inqu�rito policial, sob pena de desobedi�ncia: (Reda��o dada pela Lei n� 9.459, de 15/05/97) 
        I - o recolhimento imediato ou a busca e apreens�o dos exemplares do material respectivo;(Inclu�do pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        II - a cessa��o das respectivas transmiss�es radiof�nicas ou televisivas.(Inclu�do pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        II - a cessa��o das respectivas transmiss�es radiof�nicas, televisivas, eletr�nicas ou da publica��o por qualquer meio;      (Reda��o dada pela Lei n� 12.735, de 2012)
        III - a interdi��o das respectivas mensagens ou p�ginas de informa��o na rede mundial de computadores. (Inclu�do pela Lei n� 12.288, de 2010)
        � 4� Na hip�tese do � 2�, constitui efeito da condena��o, ap�s o tr�nsito em julgado da decis�o, a destrui��o do material apreendido. (Inclu�do pela Lei n� 9.459, de 15/05/97)
        Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica��o. (Renumerado pela Lei n� 8.081, de 21.9.1990)
        Art. 22. Revogam-se as disposi��es em contr�rio. (Renumerado pela Lei n� 8.081, de 21.9.1990)
        Bras�lia, 5 de janeiro de 1989; 168� da Independ�ncia e 101� da Rep�blica.
JOS� SARNEY
Paulo Brossard
Este texto n�o substitui o publicado no DOU de 6.1.1989 e retificada em 9.1.1989




 e outra lei para os homossexuais porque mesmo?
ou melhor - eles NÃO QUEREM SABER DE NADA QUE POSSA VIR COMBATER A HOMOFOBIA - lamentável essa "fé" tão cruel a esse ponto.... cruel e mentirosa

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